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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Quando queremos entender a estrutura de uma população, precisamos olhar para três coisas principais. A primeira é a distribuição etária, ou seja, a quantidade de pessoas em diferentes faixas etárias. A segunda é a condição socioeconômica, que é basicamente o nível de riqueza e acesso a oportunidades que as pessoas têm. E a terceira é o posicionamento no IDH, ou Índice de Desenvolvimento Humano, que é uma medida usada para classificar países com base em vários fatores de bem-estar.

Vocês sabiam que a maneira como classificamos os países mudou muito ao longo do tempo? De 1950 até o final da década de 1980, costumávamos agrupar os países de três maneiras:

Antiga classificação em "três mundos". Fonte: 

Mas então, algo importante aconteceu. No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, vimos grandes mudanças na geopolítica internacional. O Muro de Berlim caiu, a Guerra Fria terminou, a Europa se fortaleceu economicamente, e a União Soviética - que era socialista - se dissolveu. Isso tudo nos fez perceber que precisávamos de uma nova maneira de classificar os países.

Então, a ONU começou a usar o IDH, ou Índice de Desenvolvimento Humano. O IDH não olha apenas para a riqueza de um país, mas também para a qualidade de vida das pessoas. Ele avalia três coisas:

O IDH varia de 0 a 1. Um IDH de 1 seria perfeito - significa que as pessoas têm uma longa expectativa de vida, uma alta renda per capita e um bom acesso à educação. Quanto mais próximo de 1, melhor o IDH de um país ou de uma região.

Vamos começar pensando em uma população como se fosse uma grande família. Na maioria das famílias, temos os jovens, que vão do nascimento até os 19 anos. Depois temos os adultos, que são aqueles que têm entre 20 e 59 anos. E por fim, temos os idosos, que têm 60 anos ou mais. Fácil, não é?

Mas nós podemos olhar para uma população de uma maneira ainda mais detalhada. Imagine que estamos criando um gráfico, chamado de pirâmide etária. Esta pirâmide não nos mostra apenas quantas pessoas são jovens, adultas ou idosas, mas também a proporção de homens e mulheres em cada faixa etária.

Agora, vamos imaginar três diferentes tipos de pirâmides.

Neste tipo de pirâmide, a base é bem larga porque há muitas crianças nascendo (alta densidade de natalidade). Mas a pirâmide afunila rapidamente, o que significa que muitas pessoas morrem jovens (alta taxa de mortalidade). O topo da pirâmide é estreito, mostrando que poucas pessoas chegam à velhice, geralmente devido a baixos padrões de vida. Um exemplo disso são países como a Indonésia e a Etiópia.

Pirâmide dos países com população envelhecida

Agora imagine uma pirâmide onde a base é bem mais estreita. Isso significa que há poucas crianças nascendo e, portanto, o crescimento populacional é baixo ou até negativo. A parte de cima da pirâmide é mais larga, o que mostra que muitas pessoas estão vivendo até a velhice - geralmente um sinal de um bom padrão de vida. Isso é comum em países como os da Europa e o Japão.

Pirâmide dos países em fase de envelhecimento

Por último, vamos pensar em uma pirâmide que tem a maior parte de suas pessoas na seção do meio, ou seja, são adultos. Essa é a situação de países que se industrializaram mais recentemente. Mesmo que o padrão de vida da população em geral não tenha aumentado significativamente, a classe média desses países muitas vezes opta por ter menos filhos para manter a qualidade de vida.

Mulher no mercado de trabalho e acesso a anticoncepcionais

A entrada das mulheres no mercado de trabalho e o acesso a métodos anticoncepcionais foram dois fatores cruciais para mudar a forma das pirâmides etárias em muitos países. Vamos entender como isso aconteceu.

Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, muitas começaram a postergar a maternidade. Elas começaram a investir mais tempo em suas carreiras e em sua educação, e isso muitas vezes significa ter filhos mais tarde na vida ou ter menos filhos.

Acesso aos anticoncepcionais também teve um grande impacto. Com a possibilidade de controlar a fertilidade, as mulheres e seus parceiros podem planejar melhor o tamanho de suas famílias e quando terão filhos. Isso permitiu uma maior liberdade e autonomia para as mulheres em relação a suas decisões reprodutivas.

O resultado disso é uma diminuição na taxa de natalidade. Ou seja, menos bebês nascendo. Com isso, a base da pirâmide etária, que representa as crianças e jovens, tende a ficar mais estreita.

Ao mesmo tempo, como as pessoas estão tendo menos filhos e vivendo mais, a parte superior da pirâmide etária, que representa os idosos, tende a se alargar. Isso pode levar a um envelhecimento da população, onde a proporção de idosos é maior do que a de jovens.

Então, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o acesso a anticoncepcionais não apenas transformaram as vidas das mulheres, mas também tiveram um grande impacto na estrutura etária da população.

Vamos explorar o conceito da PEA, que é a População Economicamente Ativa, e a sua relevância para a economia e a sociedade de um país.

A População Economicamente Ativa (PEA) é composta por todas as pessoas que estão aptas e disponíveis para trabalhar. Ou seja, é o grupo de pessoas que tem a capacidade de produzir bens e serviços, contribuir para a economia e, em muitos casos, pagar impostos que financiam serviços públicos.

Em muitos países, especialmente aqueles em desenvolvimento, há um fenômeno conhecido como "bônus demográfico" ou "boom populacional". Isso ocorre quando a maior parte da população está na faixa etária economicamente ativa. Isso pode ser uma grande vantagem para a economia de um país, pois significa que há muitos trabalhadores para produzir bens e serviços, impulsionar o crescimento econômico e contribuir para o financiamento de programas sociais.

No entanto, é importante que os governos aproveitem esse "bônus demográfico" enquanto ele dura. Isso pode ser feito investindo em educação e formação para que esses trabalhadores sejam produtivos, criando empregos para absorver essa força de trabalho e implementando políticas que promovam a inovação e o empreendedorismo.

Por outro lado, países com uma pequena PEA enfrentam desafios diferentes. Se houver muitos idosos e poucos trabalhadores, pode ser difícil financiar programas de previdência social e cuidados de saúde para a população idosa. Este é um desafio que muitos países desenvolvidos estão enfrentando atualmente, à medida que a população envelhece e a taxa de natalidade diminui.

Para enfrentar esse problema, alguns países adotam políticas de imigração, incentivando pessoas de outros países a virem trabalhar e viver lá. Isso pode ajudar a aumentar a PEA e equilibrar a proporção de jovens e idosos.

Além disso, alguns países também implementam políticas para incentivar a natalidade, como oferecer licença parental remunerada, assistência à infância acessível e benefícios fiscais para famílias com filhos.

Em resumo, a PEA é um elemento vital para a economia e a sociedade de um país. A maneira como um país gerencia sua PEA pode ter um grande impacto em seu crescimento econômico, bem-estar social e sustentabilidade a longo prazo.