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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

O empirismo, ao contrário do racionalismo, defende que o conhecimento vem primordialmente através da experiência e dos sentidos. Porém, para entender como o empirismo surgiu, precisamos olhar para o cenário histórico em que ele se desenvolveu.

Em resumo, o surgimento do empirismo pode ser visto como uma resposta às limitações percebidas do racionalismo, influenciado por avanços na ciência e por mudanças no panorama religioso e político da época. Os empiristas propuseram que, para realmente conhecer o mundo ao nosso redor, precisamos começar com o que podemos observar e experimentar diretamente.

O pensamento empirista defende a primazia da experiência como fonte do conhecimento humano. Aqui estão as principais características do empirismo:

Em resumo, o empirismo valoriza a experiência como a fonte primária e mais confiável de conhecimento, enfatizando a observação e a experimentação como meios de compreender o mundo.

"A priori" e "a posteriori" são termos usados na filosofia, especialmente na epistemologia (o estudo do conhecimento), para descrever diferentes tipos de conhecimento, justificações ou argumentos. Vamos entender cada um e destacar suas diferenças:

: A principal diferença entre "a priori" e "a posteriori" é a origem do conhecimento. O conhecimento a priori é independente da experiência e é frequentemente associado à necessidade, lógica e matemática. O conhecimento a posteriori, por outro lado, é derivado da experiência e está associado a contingências, observações e as ciências empíricas.

John Locke (1632-1704) é frequentemente chamado de "pai do empirismo". Ele é uma das figuras centrais do Iluminismo e suas ideias tiveram um impacto profundo no desenvolvimento da epistemologia, da filosofia política e da educação.

 Locke defendeu que a mente humana começa como uma "tabula rasa" ou uma página em branco. Isso significa que não nascemos com ideias inatas; em vez disso, todo o nosso conhecimento é adquirido através da experiência. As experiências sensoriais fornecem a base para nosso entendimento do mundo. Locke dividiu as experiências em dois tipos: sensações (o que percebemos diretamente através dos nossos sentidos) e reflexões (o processamento interno e a introspecção dessas sensações).

: A ideia da "tabula rasa" é central para o empirismo lockeano. Contrariando a visão platônica e cartesiana de que algumas ideias são inatas ou pré-existentes na mente desde o nascimento, Locke defendia que a mente é inicialmente um espaço vazio, desprovido de conteúdo. Somente através da interação com o ambiente e da recepção de impressões sensoriais essa "página em branco" começa a ser preenchida. Esta concepção tem implicações significativas para a educação, a epistemologia e a natureza do conhecimento humano. Para Locke, como a experiência molda nosso entendimento, a educação e o ambiente desempenham um papel fundamental na formação do caráter e da inteligência de um indivíduo.

Concepção sobre Estado e "Direito Natural"

: Locke é fundamental para o desenvolvimento da teoria do contrato social na filosofia política. Ele propôs que, em um estado natural, os indivíduos têm direitos naturais à vida, liberdade e propriedade. No entanto, para garantir melhor a proteção desses direitos, as pessoas concordam em formar uma sociedade civil e estabelecer um contrato social com um governo.

Esse governo, segundo Locke, só é legítimo se respeitar e proteger os direitos naturais dos cidadãos. Se um governo violar ou não proteger adequadamente esses direitos, os cidadãos têm o direito de rebelião e a autoridade de estabelecer um novo governo. Essas ideias influenciaram profundamente os movimentos revolucionários, particularmente a Revolução Americana e a formulação da Declaração de Independência dos EUA.

Embora Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) seja mais famosamente associado ao movimento romântico e à filosofia política, suas ideias também têm raízes no empirismo, especialmente em sua visão sobre educação e desenvolvimento humano.

 Rousseau, em sua obra "Emílio, ou Da Educação", destaca a importância da experiência e da interação com o ambiente natural no desenvolvimento humano. Ele defendia uma abordagem educacional que permitisse que a criança explorasse e aprendesse com suas próprias experiências, em vez de ser instruída de maneira autoritária.

Destaque - Educação Natural em "Emílio, ou Da Educação"

: Em "Emílio", Rousseau apresenta sua visão ideal da educação, que deveria ser centrada na criança e baseada em sua interação direta com o mundo natural. A criança, na perspectiva de Rousseau, deveria ser encorajada a explorar, descobrir e entender o mundo ao seu redor por si mesma, em vez de ser forçada a se conformar a um currículo rígido. Esta visão foi revolucionária na época e prenunciou muitas das abordagens educacionais centradas no aluno que vemos hoje. Ele defendia que, ao permitir que a criança aprenda com suas próprias experiências, ela desenvolveria uma compreensão mais profunda e pessoal do mundo e também aprenderia a pensar de forma crítica e independente.

Concepção sobre Estado e "Bom Selvagem"

: Rousseau é talvez mais famoso por sua visão sobre o estado natural do homem e sua teoria do contrato social. Em sua obra "O Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens", Rousseau apresenta a ideia do "bom selvagem". Ele argumentava que, no estado natural, os seres humanos eram solitários, mas viviam em paz e eram fundamentalmente bons. A sociedade, com suas instituições e desigualdades, corrompe essa bondade inata. O "bom selvagem" é um ideal de pureza e naturalidade, não corrompido pelas convenções sociais.

Em "O Contrato Social", Rousseau explora a ideia de que a autoridade política repousa sobre um contrato social. Para Rousseau, as pessoas formam comunidades e concordam em se submeter à vontade geral da comunidade para proteger sua liberdade e igualdade. No entanto, ele também argumenta que, se um governo não representa efetivamente a vontade geral do povo, perde sua legitimidade e pode ser justamente derrubado.

A visão de Rousseau sobre a sociedade e a política é complexa e muitas vezes paradoxal, combinando sua crença na bondade fundamental do ser humano com sua consciência dos problemas e corrupções da sociedade civilizada. Suas ideias tiveram um impacto profundo na política, na filosofia e na educação, inspirando revoluções e reformas por séculos.

Thomas Hobbes (1588-1679) é mais frequentemente reconhecido por suas contribuições à filosofia política do que ao empirismo. No entanto, seus pensamentos sobre o conhecimento e a natureza da realidade também têm raízes no empirismo.

 Hobbes acreditava que todo conhecimento deriva da experiência sensorial. Para ele, a realidade é composta de corpos em movimento e toda a percepção e cognição resultam das interações desses corpos. A mente não tem capacidade de ideias inatas; em vez disso, forma conceitos e entendimentos a partir das impressões dos sentidos.

: Em uma época em que muitos filósofos acreditavam em uma realidade dualista de mente e matéria, Hobbes era firmemente materialista. Ele argumentava que tudo no universo, incluindo pensamentos, desejos e emoções, poderia ser explicado em termos de matéria em movimento. Isso foi uma ruptura radical com as concepções anteriores e influenciou filosofias posteriores, particularmente aquelas que buscavam explicações naturais e empíricas para fenômenos que anteriormente eram atribuídos ao espiritual ou sobrenatural. O materialismo de Hobbes estabeleceu um importante precedente para futuras investigações científicas e filosóficas, argumentando que tudo pode, em princípio, ser explicado através das leis da natureza.

Concepção sobre Estado e "O Homem como Lobo do Homem"

: Hobbes é mais infame por sua visão sombria da natureza humana. Ele acreditava que no estado natural, sem a estrutura e a ordem proporcionadas por um governo, a vida seria "solitária, pobre, sórdida, brutal e curta". Foi ele quem cunhou a frase "homo homini lupus", que significa "o homem é lobo do homem". Esta perspectiva surgiu da crença de Hobbes de que os seres humanos são fundamentalmente movidos pelo auto-interesse e pelo medo da morte.

Para evitar a anarquia do estado natural, as pessoas, segundo Hobbes, entrariam em um contrato social, concordando em ceder alguns de seus direitos a um governante soberano, que teria a autoridade para manter a paz e a ordem. Em troca de sua segurança, os cidadãos aceitariam a autoridade absoluta deste soberano. Qualquer tentativa de rebelião ou resistência ao soberano seria vista como uma ameaça à paz e à ordem e, portanto, justificaria uma resposta punitiva.

A concepção de Hobbes de um estado absolutista foi altamente controversa, mas sua análise do contrato social e do estado de natureza se tornou fundamental para o desenvolvimento subsequente da filosofia política.

David Hume (1711-1776) é um dos pilares do empirismo britânico. Sua abordagem cética e rigorosa ao conhecimento e à causalidade teve influência duradoura, não apenas na filosofia, mas também nas ciências e na lógica.

 Hume levou o empirismo a novas alturas com sua firme crença de que todo conhecimento deriva da experiência. Ele foi meticuloso ao analisar como formamos nossas ideias e crenças, o que o levou a desafiar muitos conceitos tidos como dados, como a existência do eu e a natureza da causalidade.

: Hume argumentava que, quando acreditamos que A causa B, não é porque temos uma experiência direta dessa causalidade, mas porque vimos A e B ocorrendo juntos muitas vezes. Por exemplo, se tocarmos fogo e sentirmos dor, não vemos ou sentimos o fogo "causando" a dor. Em vez disso, simplesmente notamos que essas duas coisas geralmente ocorrem juntas. Com o tempo, desenvolvemos um sentimento de expectativa, um hábito, de que A será seguido por B. Mas essa conexão é apenas em nossa mente, não algo que observamos no mundo. Hume estava sugerindo que nossa crença em causas é uma questão de hábito, não de lógica ou razão.

Este ceticismo sobre a causalidade tem implicações profundas. Se aceitarmos o argumento de Hume, muitos dos fundamentos da ciência e da lógica seriam desafiados. Afinal, a ciência é baseada na identificação de causas e efeitos. Embora os cientistas e filósofos tenham encontrado maneiras de contornar ou responder ao desafio de Hume, sua análise da causalidade permanece uma das contribuições mais influentes e debatidas para a filosofia.

Além de suas contribuições filosóficas, Hume também foi um historiador e ensaísta de renome. Seus escritos, combinados com seu profundo ceticismo, solidificaram sua posição como uma das figuras centrais do Iluminismo escocês e do empirismo em geral.

Sir Francis Bacon (1561-1626) é frequentemente citado como um dos fundadores do método científico moderno. Enquanto muitos filósofos se voltavam para a especulação pura, Bacon insistia na importância da observação e da experimentação sistemática como meios de adquirir conhecimento sobre o mundo.

 Bacon é famoso por sua abordagem indutiva à ciência. Contrariamente ao método dedutivo, que começa com premissas gerais e deriva conclusões específicas, o método indutivo de Bacon sugeria começar com observações específicas e formular generalizações a partir delas. Ele acreditava que o progresso científico só era possível através da acumulação sistemática de dados através da experimentação e da observação.

: Uma das contribuições mais distintas de Bacon à filosofia foi sua identificação das "idolas" - falsas noções ou tendências cognitivas que distorcem nossa percepção da realidade. Ele categorizou estas em quatro tipos:

Para Bacon, o progresso do conhecimento requer que reconheçamos e superemos essas idolas. Ao fazer isso, ele não estava apenas lançando as bases para o método científico moderno, mas também apontando para uma forma de pensamento crítico que é valiosa em todos os campos de inquérito. O entendimento de Bacon sobre esses "ídolos" é uma ferramenta crucial para evitar erros em investigações científicas e em qualquer busca de conhecimento, pois destaca as armadilhas cognitivas e sociais que podem desviar os indivíduos da verdade.

Em resumo, Francis Bacon foi um defensor apaixonado do empirismo e acreditava que o método indutivo, aliado ao reconhecimento e superação das "idolas", poderia levar a humanidade a novos patamares de