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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

O Idealismo Alemão é uma corrente filosófica que se desenvolveu na Alemanha no final do século XVIII e no início do século XIX, com raízes no pensamento de Immanuel Kant. O movimento é caracterizado pela crença de que a realidade é fundamentalmente moldada pela mente e pela consciência.

Immanuel Kant (1724-1804) é muitas vezes visto como o precursor e o catalisador do Idealismo Alemão, embora ele mesmo não seja classificado estritamente como um idealista alemão. Kant argumentava que nosso conhecimento da realidade é estruturado por certas categorias inatas da mente, como tempo, espaço e causalidade. Esta visão de que a mente joga um papel central na constituição do nosso conhecimento da realidade preparou o terreno para o Idealismo Alemão.

Após Kant, uma série de pensadores desenvolveram e modificaram suas ideias, levando ao que é conhecido como Idealismo pós-kantiano. Estes filósofos incluem Johann Gottlieb Fichte, Friedrich Wilhelm Joseph Schelling e Georg Wilhelm Friedrich Hegel.

Em resumo, o Idealismo Alemão representa um momento-chave na história da filosofia, marcado por tentativas radicais de entender a relação entre mente e realidade. Este movimento deixou um legado duradouro, influenciando várias disciplinas, incluindo a filosofia, a teologia, a psicologia e a literatura.

Johann Gottlieb Fichte por Friedrich Bury

Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) foi um filósofo alemão muito importante, um dos principais representantes do Idealismo Alemão e uma figura central na filosofia pós-kantiana. Seu trabalho foi influente tanto na filosofia quanto no movimento nacionalista alemão. Aqui estão algumas de suas principais ideias:

Vamos nos aprofundar no idealismo subjetivo de Fichte. Este conceito decorre de sua interpretação do "eu penso" de Kant, que Fichte viu como a atividade fundamental do Eu. Para Fichte, o Eu é o ponto de partida e o fundamento de toda a realidade. O Eu cria a realidade através de suas próprias atividades de pensamento e percepção.

Porém, o Eu de Fichte não é apenas um observador passivo. O Eu é uma entidade ativa, autoconsciente e autodeterminada que se afirma através de sua atividade. O Eu, através de sua atividade, estabelece tanto a si mesmo (o sujeito) quanto o mundo externo (o objeto). Este processo de autoafirmação do Eu é o que Fichte chama de "auto-positing".

Além disso, Fichte acreditava que o Eu tinha um caráter moral inerente, que expressava através de sua vontade e ação. Para Fichte, a autoconsciência e a autonomia do Eu não eram apenas características epistemológicas (relacionadas ao conhecimento), mas também éticas.

A ideia de Fichte de um Eu ativo que cria a realidade através de suas próprias ações teve um impacto significativo na filosofia, influenciando pensadores subsequentes como Schelling e Hegel, e formando a base para o que veio a ser conhecido como idealismo alemão.

Friedrich Wilhelm Joseph Schelling (1775-1854) foi um filósofo alemão e um dos principais figuras do Idealismo Alemão. Schelling é reconhecido por sua tentativa de construir uma ponte entre a filosofia da natureza e a filosofia do espírito. Aqui estão algumas de suas ideias principais:

Vamos nos aprofundar na Filosofia da Identidade de Schelling. Em sua Filosofia da Identidade, Schelling propõe que natureza e espírito são manifestações de uma única realidade absoluta. A distinção entre eles é apenas aparente, uma questão de perspectiva.

Para Schelling, a realidade absoluta é uma unidade indiferenciada que transcende a distinção entre sujeito e objeto. Essa realidade é tanto natureza quanto espírito, dependendo de como a abordamos. Quando olhamos para ela como algo exterior a nós, vemos a natureza. Quando a percebemos internamente, reconhecemos o espírito.

Essa ideia tem implicações profundas para nossa compreensão do universo e de nosso lugar nele. Em vez de ver a humanidade e a natureza como fundamentalmente separadas, Schelling nos convida a ver a nós mesmos como parte integrante do mundo natural.

A filosofia da identidade de Schelling foi uma tentativa de superar as dicotomias aparentes e as contradições na filosofia, e em particular as contradições entre idealismo e realismo, entre liberdade e necessidade. Seu trabalho nesse sentido influenciou filósofos subsequentes, incluindo Hegel, e teve um impacto significativo no desenvolvimento do idealismo alemão.

Søren Kierkegaard (1813-1855) foi um filósofo dinamarquês e teólogo, muitas vezes considerado o pai do existencialismo. Ele é conhecido por suas reflexões profundas sobre a fé cristã, ética, angústia e a natureza da existência individual. Aqui estão algumas de suas ideias principais:

Vamos nos aprofundar em um de seus conceitos mais famosos, os "estágios da vida". Kierkegaard propõe que existem três estágios ou esferas da vida: estética, ética e religiosa. Cada uma representa diferentes maneiras de viver e perceber o mundo.

É importante notar que Kierkegaard não sugere que todos necessariamente passam por esses estágios de maneira sequencial ou que todos alcançam o estágio religioso. Estes são, em vez disso, modos possíveis de existência e compreensão da vida.

O conceito dos estágios da vida é um exemplo de como Kierkegaard vê a existência humana como profundamente individual e subjetiva. Ele desafia os indivíduos a refletirem sobre seu próprio modo de existir e a buscarem um sentido e propósito autênticos na vida.

Arthur Schopenhauer (1788–1860) foi um filósofo alemão influente, conhecido por sua filosofia pessimista e pela influência que exerceu sobre uma gama de pensadores e escritores, incluindo Friedrich Nietzsche, Richard Wagner e Sigmund Freud. Aqui estão algumas de suas ideias principais:

Dentre essas ideias, uma das mais centrais e impactantes é a ideia da "vontade". Para Schopenhauer, a "vontade" é a força fundamental e irracional que impulsiona o mundo e todas as coisas nele. Ele considerava a vontade um impulso cego e incessante que conduz à atividade constante, ao desejo e, finalmente, ao sofrimento.

Isso ocorre porque, na visão de Schopenhauer, a vontade nunca pode ser plenamente satisfeita. Assim que um desejo é realizado, outro surge em seu lugar, criando um ciclo constante de desejo e insatisfação. Este ciclo é a fonte primária de sofrimento no mundo.

No entanto, Schopenhauer também argumentou que a vontade pode ser negada ou reduzida através da contemplação estética ou do ascetismo. Na contemplação estética, a mente se distancia do desejo e do sofrimento ao se perder na beleza ou na sublimidade da arte. No ascetismo, a pessoa renuncia aos desejos mundanos e físicos, diminuindo assim o poder da vontade e, consequentemente, do sofrimento.

As ideias de Schopenhauer sobre a vontade tiveram um impacto significativo na filosofia e na psicologia subsequente, notadamente na obra de Freud e de Nietzsche, e continuam sendo influentes na filosofia contemporânea.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) foi um filósofo alemão e uma das figuras mais importantes do idealismo alemão. Ele é conhecido por seu ambicioso sistema filosófico, que procura integrar em uma estrutura coerente aspectos variados da experiência humana, incluindo a lógica, a natureza, a mente, a história, a arte, a religião e a filosofia.

Nascido em Stuttgart, Alemanha, em uma família de classe média, Hegel estudou na Universidade de Tübingen, onde formou amizades duradouras com os futuros filósofos Friedrich Hölderlin e Friedrich Schelling. No entanto, as ideias de Hegel demoraram para ser reconhecidas. Ele passou vários anos como tutor privado antes de conseguir um posto de professor na Universidade de Jena, onde publicou sua primeira obra importante, a "Fenomenologia do Espírito" (1807).

Hegel viveu durante uma época de grandes mudanças na Europa, incluindo a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas. Esses eventos influenciaram profundamente suas ideias, e em suas obras, Hegel tentou compreender a dialética da história e o papel da liberdade, razão e espírito (Geist) nela. Para Hegel, a história não é um conjunto de eventos desconexos, mas um processo dialético no qual o espírito (ou a razão) se manifesta progressivamente.

Hegel acreditava que a verdade só poderia ser alcançada por meio de um processo dialético de tese, antítese e síntese. Isso envolve confrontar uma afirmação (tese) com a sua oposição (antítese), o que resulta em uma resolução superior (síntese), que integra e supera as contradições anteriores. Hegel aplicou essa metodologia em várias áreas, incluindo a lógica, a história, a filosofia da natureza e a filosofia do espírito.

Após seu tempo em Jena, Hegel ocupou posições em Nuremberg, Heidelberg e Berlim. Sua influência aumentou ao longo do tempo, e muitos de seus alunos se tornaram importantes filósofos em seu próprio direito. As ideias de Hegel continuaram a ter um impacto significativo muito tempo depois de sua morte, influenciando não apenas a filosofia, mas também as ciências sociais, a teologia, a história da arte, a literatura e outras áreas do pensamento humano.

O idealismo hegeliano é um aspecto central da filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel e se refere à sua crença de que a realidade é fundamentalmente mental ou espiritual em natureza. Para Hegel, a realidade última é o "Absoluto", um espírito ou mente universal que se manifesta em todos os aspectos da natureza e da cultura humana.

Hegel argumenta que a mente ou o espírito (que ele chama de "Geist") passa por um processo de auto-desenvolvimento e auto-compreensão. Este processo, conhecido como "dialética", envolve uma série de etapas ou fases em que uma ideia ou conceito (a tese) é confrontado com o seu oposto (a antítese), resultando em uma nova síntese que transcende e incorpora os anteriores.

No centro da filosofia de Hegel está a noção de que a realidade é um todo integrado e racionalmente estruturado. Ele sustenta que a história humana e o mundo natural são partes do desenvolvimento dialético do Geist. Assim, a história humana, para Hegel, não é uma série de eventos acidentais, mas uma expressão do desenvolvimento do espírito do Absoluto.

Também importante é a visão de Hegel sobre a liberdade. Para Hegel, a verdadeira liberdade não é apenas a capacidade de fazer o que queremos, mas a realização de nossa própria racionalidade e natureza espiritual. Isso é alcançado, argumenta Hegel, através do reconhecimento de nós mesmos nos outros e na sociedade, e através da participação na vida ética e política da comunidade.

As ideias do idealismo hegeliano tiveram uma grande influência na filosofia ocidental, informando várias correntes do pensamento filosófico, desde o marxismo até a teologia dialética e a filosofia existencialista. No entanto, as ideias de Hegel também foram objeto de críticas e controvérsias, com alguns filósofos rejeitando suas reivindicações sobre a natureza da realidade e o papel do Geist.

A dialética hegeliana é uma das principais contribuições de Georg Wilhelm Friedrich Hegel à filosofia. A dialética é um método de argumentação e descoberta que Hegel usa para examinar, entre outras coisas, a natureza da realidade e o curso da história.

Ao contrário das concepções tradicionais de dialética, que se baseiam na refutação de um argumento por meio da lógica e da evidência, a dialética hegeliana envolve um processo de desenvolvimento em que uma ideia ou condição (conhecida como a tese) encontra oposição ou contradição (a antítese). A partir desse conflito, emerge uma nova ideia ou condição (a síntese) que supera a contradição anterior, incorporando elementos de ambas a tese e a antítese. Essa síntese se torna a nova tese, que por sua vez encontrará sua própria antítese, e assim o processo continua.

Um aspecto notável da dialética hegeliana é que ela não é apenas um método de argumentação, mas também uma descrição metafísica e histórica. Hegel vê a realidade - inclusive a natureza, a sociedade humana e a história - como sendo estruturada dialeticamente. Isso significa que a realidade é vista como um processo de desenvolvimento e mudança constante, onde as contradições e conflitos internos impulsionam o progresso e a evolução.

Para Hegel, esse processo dialético culmina no "Absoluto", que é a totalidade do ser e do conhecimento, e o fim do processo de desenvolvimento. No Absoluto, todas as contradições são resolvidas e toda a realidade é integrada em uma unidade coerente.

É importante notar, no entanto, que a terminologia de tese-antítese-síntese frequentemente associada à dialética hegeliana não é de Hegel, mas foi usada por Johann Gottlieb Fichte e popularizada posteriormente. Hegel não usava esses termos, embora a ideia de desenvolvimento por meio de contradições seja central para o seu pensamento.

A filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel teve uma influência substancial e duradoura no pensamento ocidental. Suas ideias se ramificaram em praticamente todos os campos do pensamento humano, da filosofia e teologia à política, à psicologia, à arte e à literatura.

Importante também ressaltar que as ideias de Hegel continuam a ser estudadas e debatidas no meio acadêmico, sendo um dos filósofos mais influentes da história.