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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Depois de um primeiro momento nacionalista e ufanista, o Romantismo se desenvolveu para sua tendência ultrarromântica, composta de um sentimentalismo mórbido e pessimista.

Durante o Segundo Reinado do Brasil, iniciado com o Golpe da Maioridade, o jovem Dom Pedro II assumiu o trono após seu pai, Dom Pedro I, abdicar em favor da Europa. Durante o Período de Regência, o país foi governado por diferentes Regentes e pela Assembleia Geral, enquanto o novo imperador, com apenas cinco anos na época, aguardava alcançar a maioridade aos 14 anos.

Com a chegada de Dom Pedro II ao poder, o Brasil vivenciou uma fase de estabilidade política, sem grandes revoltas ou disputas internas. Nesse contexto, ocorreu o fim do tráfico negreiro, preparando o terreno para a abolição da escravidão. Eventos como a alforria dos negros que lutaram na Guerra do Paraguai e o fato de que a escravidão já havia sido abolida oficialmente em muitos países do ocidente contribuíram para esse cenário.

Apesar de Dom Pedro II também ser contrário à escravidão, a abolição só se concretizou em 1888. Durante o Segundo Reinado, houve alguma resistência conservadora, mas o imperador incentivou a utilização de mão de obra assalariada de imigrantes europeus como alternativa ao trabalho escravo.

Além disso, durante esse período, ocorreu uma mudança significativa na base da produção econômica do Brasil, que passou a ser centrada no cultivo do café, em substituição à tradicional cultura da cana-de-açúcar.

2. Características da segunda geração do Romantismo brasileiro

A segunda geração do Romantismo brasileiro, também conhecida como o período "Ultra-Romântico" ou "Byroniano", ocorreu aproximadamente entre 1853 e 1875. Este período ficou conhecido por uma literatura marcada por grande sentimentalismo, pessimismo e uma ênfase nos aspectos subjetivos da existência humana. Abaixo estão algumas das principais características desta geração:

Algumas das figuras mais importantes da segunda geração do Romantismo brasileiro incluem Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. A obra de Álvares de Azevedo, por exemplo, é marcada por uma forte influência de Lord Byron e expressa um profundo pessimismo e melancolia.

Durante a segunda geração do Romantismo, uma forte influência veio do autor britânico George Gordon Byron, também conhecido como Lord Byron. Seu impacto foi tão grande que gerou um "byronismo" na literatura da época. Sua obra, carregada de um tom sombrio, melancólico e místico, foi amplamente inspirada pela estética gótica.

"O fígado é um refúgio para a bile, Mas raramente realiza essa função – A primeira paixão ali se instala E o restante segue em movimento E um covil de serpentes ali se encontra Ciúme, despeito, amor, horror, que progridem Devorando e arrancando dessas entranhas Terremotos que o fogo revela."

Lord Byron, “Don Juan - Digressões" | em “Byron e Keats - entreversos”. [tradução Augusto de Campos]. Campinas SP: Editora UNICAMP, 2009.

Observe nesse fragmento como são claras a angústia existencial e a visão sombria da vida. Byron confronta o leitor com a desilusão e a tragédia delirante da existência, perspectivas que culminam na necessidade de escapar da realidade. Um alienamento que leva a direções como a idealização do amor, o saudosismo da infância e, evidentemente, a morte.

A poesia ultra-romântica é marcada pelo isolamento, introversão e um exacerbado individualismo. Em obras como “Horas de Lazer”, “A Peregrinação de Childe Harold” e “Don Juan” (inacabada), Byron explora o conceito de "spleen", que é o tédio, o mau humor e a melancolia diante da realidade.

O caráter sombrio desta geração surgia como uma espécie de intensificação da crise romântica, quando o subjetivismo e o sentimentalismo alcançam um ponto crítico. Isso marca uma transição da visão otimista e patriótica da nação para uma visão mais rebelde e pessimista.

O romance romântico da segunda geração

A figura mais notável da segunda geração do Romantismo, tanto na prosa quanto na poesia, é o escritor paulista Álvares de Azevedo. Ainda em vida, Azevedo escreveu e publicou uma peça teatral intitulada “Macário”, que narra o encontro e o passeio de Macário, o personagem principal, pela cidade de São Paulo da época, na companhia de um novo conhecido que afirma ser o próprio Satã.

"O DESCONHECIDO: Eu sou o diabo. Boa-noite, Macário.

MACÁRIO: Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido sai). O diabo! Que grande sorte! Há dez anos que eu tento encontrar esse patife! Desta vez o peguei pela cauda! O maior azar deste mundo é ser Fausto sem Mefistófeles. Ei, Satã!

AZEVEDO, Álvares de. Macário. 3.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

O desfecho da peça tem uma ligação direta com “Noite na Taverna”, um livro de contos publicado em 1955, depois da morte do autor:

“– Por que você ficou pálido, Solfieri? A vida é assim. Você sabe disso tanto quanto eu. O que é o homem? É a espuma que fervilha hoje na corrente e amanhã desaparece; algo tão louco e instável quanto a onda, tão fatal quanto a sepultura! O que é a existência? Na juventude é o caleidoscópio das ilusões: vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos, e o suor das agonias já nos embranqueceu os cabelos antes do tempo, e murcharam como nossas faces as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário e este amanhã do velho, gelado e desolado - despido como um cadáver que se banha antes de dar à sepultura! Miséria, loucura!”

(Azevedo, Álvares, Noite na taverna. L&PM Pocket, Brasil, 1998. P.36-37)

Em tais contos, observa-se claramente um tom de angústia e agressividade. A história começa numa taverna, onde os personagens Bertram (nome de um dos personagens trágicos de Byron), Solfieri, Archibald, Johann e Gennaro (todos com nomes europeus) dialogam. Essa reunião é permeada por vinho e debates acerca da vida e da imortalidade da alma, materialismo e ceticismo, o subconsciente, além de confissões e histórias trágicas de amor.

A poesia da segunda geração do Romantismo brasileiro, também conhecida como "ultrarromantismo" ou "byronismo", traz fortes traços de melancolia, subjetividade e introspecção. Essa fase, que se estendeu aproximadamente de 1830 a 1850, foi profundamente influenciada pelas ideias do poeta britânico Lord Byron, conhecido por suas visões sombrias e céticas da vida.

Os poetas da segunda geração romântica expressaram fortes sentimentos de tristeza, solidão e desesperança, frequentemente mergulhando em temas como a morte, o amor idealizado, a perda e a desilusão. Com uma visão de mundo bastante pessimista, eles exaltavam a tristeza, o desalento e o descontentamento com o mundo. Nesse sentido, a poesia da segunda geração romântica frequentemente evocava imagens de túmulos, flores murchas, e cenários noturnos e sombrios, em contraste com a natureza idealizada da primeira geração.

No Brasil, os maiores representantes dessa fase foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. Azevedo, que morreu muito jovem, deixou uma obra que reflete o espírito sombrio e acentuadamente pessimista da segunda geração, enquanto Abreu e Varela são conhecidos por suas poesias que exaltam a saudade da infância e do lar.

A segunda geração romântica brasileira é marcada por uma poesia que muitas vezes revela uma atmosfera sombria e desiludida, onde o amor é retratado em sua faceta mais trágica e solitária. Uma representação notável disso pode ser vista em Álvares de Azevedo, cujo trabalho, incluindo sua obra mais conhecida, Lira dos Vinte Anos (1853), encapsula tais sentimentos. Um de seus poemas, "Soneto", exemplifica essa abordagem:

Este período também foi marcado pela morte precoce de muitos de seus poetas, vítimas da tuberculose e de uma vida boêmia, o que aumentou ainda mais a atmosfera melancólica e a preeminência da morte em suas obras. Entre os poetas vitimados precocemente, além de Álvares de Azevedo, estão Casimiro de Abreu, Castro Alves e Fagundes Varella.

Casimiro de Abreu, outro poeta representativo dessa geração, é conhecido por poemas como "Meus Oito Anos", que traz a tona o saudosismo do período, além de obras como "As Primaveras" (1859), "Saudades" (1856) e "Suspiros" (1856).

Outros poetas dessa geração incluem Junqueira Freire, que escreveu "Inspirações do Claustro" (1855), "A Morte de Uma Virgem" (1867), e "A Rosa e o Sol" (1867), e Fagundes Varella, cujo trabalho apresenta características da próxima geração romântica, e é conhecido por "Noturnas" (1860), "Cantos e Fantasias" (1865) e "Vozes da América" (1864).