Planejativo

Vírus, Príons e Viroses

Fecundação, segmentação ou clivagem

Gastrulação, Neurulação e Organogênese

Anexos embrionários

Tecido epitelial

Tecido conjuntivo propriamente dito

Visão geral da fisiologia

Sistema respiratório

Sistema cardiovascular

Sistemas linfático e imunológico

Sistema excretor

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Sistema reprodutor

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Tecido ósseo

Tecido sanguíneo

Tecido muscular

Tecido nervoso

Classificação Biológica

Protozoários e Protozooses

Embriologia humana

Ciclo menstrual

Métodos contraceptivos

Sistema digestório

Tecido adiposo

Tecido hematopoiético

Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Um bom mapa mental feito por Luana! Fonte: 

Agora que já estamos confortáveis com a ideia da árvore da vida e como ela se ramifica em diversos grupos de organismos, vamos entrar em um território um pouco mais ambíguo, e para alguns, fascinante: o mundo dos vírus!

Você já deve ter ouvido falar muito sobre vírus, certo? Afinal, eles estão no noticiário, nos livros de biologia e são o principal motivo pelo qual lavamos as mãos frequentemente. Mas o que exatamente são os vírus?

Vírus são entidades biológicas extremamente pequenas, muitas vezes menores do que uma única célula de um organismo, e não podem ser vistos a olho nu. Eles são formados por moléculas de ácido nucleico (DNA ou RNA) envoltas por uma camada de proteína chamada de capsídeo.

Agora, aqui está a grande questão: Os vírus são considerados seres vivos? Em termos técnicos, a resposta é não. Mas por quê? A principal razão é que os vírus não possuem as características que normalmente associamos à vida. Por exemplo, eles não têm células, não podem se alimentar, nem podem se reproduzir de maneira independente. Eles precisam invadir uma célula hospedeira e 'sequestrar' seu maquinário celular para se reproduzirem. Assim, os vírus são muitas vezes descritos como 'parasitas obrigatórios'.

Agora, quando se trata de encaixar os vírus na árvore da vida que estudamos, as coisas ficam um pouco complicadas. Como eles não são considerados vivos, não ocupam um lugar tradicional em nossa árvore. No entanto, isso não significa que eles não tenham um lugar em nossa compreensão da diversidade biológica. Na verdade, os vírus têm um papel importantíssimo na evolução, e seus genomas fornecem pistas cruciais sobre a história da vida na Terra.

Embora não se encaixem na classificação usual dos seres vivos (Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie), os vírus são classificados de acordo com suas características, como o tipo de ácido nucleico que possuem (DNA ou RNA), o formato de seu capsídeo, a presença de um envelope lipídico e outras características.

Portanto, embora os vírus não se encaixem em nossa definição tradicional de vida, eles são, sem dúvida, um componente importante da biosfera, que influencia tudo, desde a ecologia do planeta até a evolução dos seres vivos. Então, mesmo que eles não tenham um galho próprio na árvore da vida, eles estão, em muitos aspectos, entretecidos em cada um de seus ramos. Fascinante, não é?

A doença do "mosaico do tabaco" deixa as plantas de tabaco como visto na figura esquerda. Na direita, vemos o vírus causador!

Então, pessoal, vamos voltar um pouco no tempo e falar sobre como essas pequenas entidades chamadas vírus foram descobertas. Já sabemos que os vírus são extremamente pequenos, tanto que nem sequer podem ser vistos sob um microscópio comum, e isso os manteve ocultos aos olhos dos cientistas por muito tempo.

As doenças causadas por vírus assolam a humanidade há milhares de anos, mas só conseguimos começar a entender o que elas realmente eram no século XIX. Quem nos levou a essa descoberta foi um cientista francês chamado Charles Chamberland, em 1884.

Chamberland estava estudando uma doença que estava destruindo as plantas de tabaco, conhecida como mosaico do tabaco. Ele criou um filtro especial com poros extremamente pequenos, ainda menores do que as bactérias conhecidas na época.

Ele pensou: "Vamos triturar essas folhas doentes para fazer um extrato e passá-lo pelo filtro. Assim, se houver algum microrganismo causador da doença, ele ficará preso no filtro." Mas algo estranho aconteceu. Quando ele pegou o extrato filtrado e o colocou em plantas saudáveis, elas ainda adoeciam!

Então, mesmo após filtrar o extrato, algo estava passando pelo filtro e ainda causando a doença. Como Chamberland não conseguia ver qualquer microrganismo no extrato filtrado sob o microscópio, ele concluiu que o agente causador da doença deveria ser algo muito menor do que uma bactéria. Ele então chamou esse misterioso agente de "vírus", que em latim significa "veneno".

Mas a história dos vírus não parou por aí. Foi apenas em 1935, com a invenção do microscópio eletrônico, que fomos realmente capazes de "ver" os vírus pela primeira vez. Com a ajuda dessa nova tecnologia, descobriu-se que os vírus eram incrivelmente pequenos, medindo entre 20 e 300 nanômetros - cerca de 100 vezes menores do que as bactérias!

Então, é assim que chegamos ao nosso entendimento atual dos vírus. Começando com um mistério nas plantas de tabaco, chegamos a uma nova compreensão de um tipo inteiramente novo de entidade biológica. E agora, claro, os vírus continuam a ser um campo de pesquisa importante e fascinante na biologia.

Agora, lembrem-se, ao contrário de todos os seres vivos que conhecemos, que são formados por ao menos uma célula, os vírus são acelulares. Isso significa que eles não possuem células. Imaginem isso - uma entidade que pode causar doenças, mas que não tem sequer uma célula!

Então, se os vírus não possuem células, o que eles têm? Bem, eles são constituídos por uma cápsula de proteínas, que chamamos de capsídeo. Pensem nisso como uma armadura protetora, construída por várias subunidades de proteínas, conhecidas como capsômeros.

Agora, no coração dessa armadura, encontramos uma ou mais moléculas de ácido nucleico. Esta é a principal diferença entre os vírus e todos os outros seres vivos. Enquanto todos os seres vivos têm DNA como material genético, os vírus podem ter DNA OU RNA.

Para entender isso, imaginem que todos nós, seres vivos, seguimos uma "receita" escrita em DNA para construir e manter nossos corpos. Mas os vírus podem ter uma "receita" escrita em RNA também. Isso torna os vírus ainda mais intrigantes e desafiadores de entender.

Além disso, alguns vírus, que são um pouco mais complexos, podem ser "envelopados". Isso significa que eles carregam uma parte da membrana celular da última célula hospedeira que invadiram. Isso é como se, após uma visita a uma cidade, eles levassem um pedaço de seu muro de proteção como um 'souvenir'. Então, esses vírus envelopados não apenas possuem proteínas e ácido nucleico, mas também lipídeos e glicoproteínas.

Para visualizar isso, imaginem um vírus simples como um ovo, onde o capsídeo é a casca protetora e o ácido nucleico é a gema no centro. Agora, um vírus envelopado seria como um ovo embrulhado em uma cobertura extra, que é a parte da membrana celular do hospedeiro.

Estudar essas estruturas virais é como desvendar um mistério, e isso nos ajuda a entender melhor como os vírus funcionam e como podemos combatê-los.

Vamos dar uma olhada mais de perto no que acontece quando um vírus encontra uma célula hospedeira. Esse é um processo fascinante que parece até saído de um filme de ficção científica, mas acontece o tempo todo no mundo microscópico!

Lembrem-se que os vírus, por não terem maquinaria celular própria, não possuem metabolismo quando estão sozinhos no ambiente. Para eles começarem a apresentar metabolismo, eles precisam invadir uma célula, quase como um invasor entrando em uma fábrica e assumindo o controle.

Quando conseguem isso, o material genético do vírus se infiltra no material genético da célula hospedeira. E aqui está a parte realmente assustadora - a célula hospedeira passa a executar as tarefas determinadas pelo material genético do vírus. Imagine se alguém conseguisse se infiltrar no seu cérebro e começasse a controlar suas ações, isso é basicamente o que o vírus faz com a célula! Por causa desse comportamento, dizemos que os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Eles necessitam de uma célula para se reproduzirem.

Agora, vamos dar uma olhada no bacteriófago, um dos vírus mais estudados que ataca bactérias.

A estrutura deste vírus é um pouco mais complexa, possuindo uma cauda que ajuda a se ancorar na célula hospedeira.

Para iniciar sua reprodução, o vírus "enganará" a célula para inserir seu material genético. Ele faz isso ao encaixar uma parte de sua cápsula proteica nos receptores na superfície da bactéria. É como se o vírus tivesse uma chave mestra que engana o sistema de segurança da célula. Após conseguir o encaixe, o vírus injeta seu material genético na bactéria, deixando sua "armadura" de proteína para trás.

Bacteriófagos atacando uma célula bacteriana. Fonte: 

Uma vez dentro da bactéria, uma enzima presente no bacteriófago destrói o DNA bacteriano. O DNA viral então começa a se multiplicar, usando os blocos de construção presentes no citoplasma da bactéria. Nesse momento, a célula bacteriana começa a trabalhar para o DNA viral, obedecendo suas "ordens". Ela começa a produzir as estruturas necessárias para a formação de novos vírus.

Os novos vírus produzidos acabam por destruir a célula hospedeira, estourando sua membrana e se espalhando no ambiente para parasitar novas células. Esse ciclo de invasão, produção de novos vírus e morte da célula hospedeira é chamado de ciclo lítico.

Os dois ciclos, lítico e lisogênico! Fonte: 

Vamos continuar nossa exploração do mundo dos vírus, dando uma olhada mais de perto nos dois caminhos principais que um vírus pode tomar ao infectar uma célula hospedeira: o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Lembre-se, estas são simplificações de processos que podem ser mais complexos na realidade, mas, para nosso propósito de aprendizado, são bem úteis.

No ciclo lítico , o vírus assume o controle da célula hospedeira, a usa para produzir novas partículas virais e, em seguida, rompe (ou lisa) a célula, liberando os novos vírus para infectar outras células. É um pouco como se o vírus transformasse a célula hospedeira em uma fábrica de vírus.

No ciclo lisogênico, as coisas acontecem de forma um pouco diferente. Neste ciclo, o vírus se integra ao material genético da célula hospedeira, mas não mata imediatamente a célula. Em vez disso, o vírus fica dormente ou latente, às vezes por muitos anos, antes de entrar no ciclo lítico e matar a célula.

Esses dois ciclos representam estratégias diferentes que os vírus usam para se reproduzir e propagar. No ciclo lítico, o vírus se multiplica rapidamente, mas mata a célula hospedeira no processo. No ciclo lisogênico, o vírus se espalha silenciosamente à medida que a célula hospedeira se divide, potencialmente afetando muitas mais células a longo prazo.

Vírus de DNA, Vírus de RNA, Retrovírus

Para começar, os vírus são agentes infecciosos microscópicos, acelulares, que só conseguem se reproduzir dentro de células hospedeiras. Eles podem ter material genético composto por DNA ou RNA. E é justamente essa característica que vai diferenciar os vírus de DNA, vírus de RNA e retrovírus.

Em resumo, a principal diferença entre esses três tipos de vírus é o tipo de material genético que eles contêm (DNA ou RNA) e como eles usam esse material para se replicar dentro das células hospedeiras

Uma "virose" é o termo geral que usamos para descrever uma doença causada por um vírus. Há muitos tipos de vírus que podem causar doenças em humanos, cada um com seus próprios sintomas, métodos de transmissão e, em alguns casos, vacinas preventivas.

Aqui estão algumas das viroses mais conhecidas que afetam os seres humanos:

Agora, quando falamos sobre "vetores", estamos nos referindo aos organismos que transmitem vírus ou outras doenças de um hospedeiro para outro. Eles são a via de transmissão entre diferentes hospedeiros.

Por exemplo, o vírus da dengue é transmitido para os humanos através da picada de mosquitos infectados, tornando o mosquito o vetor da doença. O mesmo ocorre com o vírus da Zika e o vírus da febre amarela, que também são transmitidos por mosquitos. Outros vírus, como o HIV, são transmitidos através do contato com fluidos corporais infectados, como o sangue, tornando a transmissão direta entre seres humanos a principal rota de infecção.

Entender os vírus, as viroses que eles causam e os vetores que os transmitem é fundamental para a prevenção e o tratamento de muitas doenças.

A Letalidade de um vírus pode vir a dizer o quão bem ele está adaptado a um determinado hospedeiro. Fonte: 

A letalidade de uma virose é muitas vezes um indicativo de quão bem um vírus está adaptado ao seu hospedeiro. Isso se deve ao fato de que a "missão" principal de um vírus é se reproduzir e se espalhar. Para conseguir isso de maneira eficaz, não é do interesse do vírus matar rapidamente o hospedeiro, porque se o hospedeiro morre antes do vírus ter a chance de se espalhar para novos hospedeiros, o ciclo do vírus termina ali.

Vamos pensar nisso de uma perspectiva evolutiva. Se um vírus é extremamente letal e mata seus hospedeiros rapidamente, esse vírus pode eventualmente se extinguir, pois não terá tempo suficiente para se espalhar para novos hospedeiros. Por outro lado, um vírus que causa sintomas mais leves pode ser mais bem-sucedido em termos evolutivos, pois permite que o hospedeiro continue suas atividades diárias normais, aumentando assim a probabilidade de o vírus ser transmitido para novos hospedeiros.

Um exemplo clássico é o vírus da gripe. Embora possa fazer as pessoas se sentirem bastante doentes, raramente é fatal em indivíduos saudáveis. Isso permite que as pessoas infectadas continuem interagindo com outras, espalhando o vírus. Por outro lado, vírus como o Ebola, que têm taxas de letalidade muito altas, muitas vezes resultam em surtos que, embora devastadores, são geralmente contidos porque os hospedeiros adoecem gravemente ou morrem antes de terem a oportunidade de espalhar amplamente o vírus.

No entanto, vale ressaltar que essa é uma visão simplificada e existem muitos fatores que podem influenciar a letalidade de uma doença viral e sua capacidade de se espalhar. Além disso, um vírus que é benigno em uma espécie pode ser muito letal em outra, dependendo de uma variedade de fatores, incluindo a adaptação do vírus a essa espécie. Então, embora a letalidade possa ser um indicativo da adaptação de um vírus, é apenas uma peça do complexo quebra-cabeça da virologia.

A aparência em "coroa" do vírus que causa a COVID é a razão do seu nome: coronavírus. Fonte: 

A COVID-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China. Este vírus foi nomeado SARS-CoV-2 pela Organização Mundial da Saúde e a doença que ele causa foi chamada de COVID-19, abreviação de "Coronavirus Disease 2019".

Em relação às suas características, o SARS-CoV-2 é um vírus RNA que pertence à família dos coronavírus, um grupo de vírus que recebeu esse nome devido à sua aparência de coroa quando vistos ao microscópio eletrônico. Os coronavírus são zoonóticos, o que significa que eles podem ser transmitidos de animais para humanos.

A COVID-19 se espalha principalmente através de gotículas produzidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Também pode se espalhar tocando uma superfície ou objeto contaminado e, em seguida, tocando os olhos, nariz ou boca. Os sintomas mais comuns incluem febre, tosse seca e cansaço, embora uma variedade de outros sintomas possam ocorrer. Em casos graves, a doença pode levar a pneumonia e dificuldades respiratórias. A maioria das pessoas se recupera da doença sem a necessidade de tratamento especial, mas ela pode ser grave ou fatal para alguns, especialmente aqueles com condições médicas subjacentes e idosos.

No contexto dos vestibulares e do ENEM, a COVID-19 pode ser abordada de várias maneiras:

Em resumo, a COVID-19 é um tema muito rico que pode ser explorado em muitas disciplinas e contextos, refletindo sua importância e impacto na sociedade global.

Exemplo de um passo a passo para fazer a vacina da COVID-19 da Oxford. Fonte: 

A produção de vacinas é um processo incrível que envolve muita ciência, experimentação e testes. A ideia básica por trás de uma vacina é preparar o nosso sistema imunológico para uma possível infecção. Então, como é que fazemos isso? Vamos entender passo a passo:

É importante lembrar que cada vacina é única e pode variar dependendo do tipo de vírus ou bactéria que está sendo alvo. A produção de vacinas é um processo complexo que leva tempo e recursos consideráveis. Mas o resultado final - uma vacina que pode prevenir doenças graves e até mesmo salvar vidas - é inestimável. E sempre lembrem-se: a vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças!

Zoonoses são doenças transmitidas de animais para humanos, que podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros microrganismos. Muitas doenças que conhecemos hoje são zoonóticas, como a raiva, transmitida por mordidas de animais infectados, e a gripe aviária, que pode ser transmitida de aves para humanos.

Mas, o que isso tem a ver com desmatamento? Bom, quando falamos sobre o desmatamento e a degradação ambiental, estamos falando sobre a destruição dos habitats naturais desses animais. Isso leva a um maior contato entre a vida selvagem, o gado e os seres humanos, aumentando as chances de transmissão de zoonoses.

Por exemplo, pense em um morcego que carrega um vírus. Em seu habitat natural, esse morcego teria poucas oportunidades de entrar em contato com humanos. Mas, se esse habitat for destruído e o morcego for forçado a se aproximar de áreas habitadas por humanos ou de cultivos e criações de animais, o vírus tem uma chance maior de saltar para uma nova espécie, seja diretamente para humanos ou através de animais domésticos.

Um exemplo recente e relevante é o da COVID-19, que acredita-se ter se originado em morcegos e, possivelmente, passou para humanos através de outro animal em um mercado de vida selvagem. O desmatamento também foi ligado a surtos de outras doenças, como o Ebola e a Malária.

Por isso, a proteção dos habitats naturais e a biodiversidade é tão importante. Não é apenas sobre a conservação da natureza por sua beleza ou valor intrínseco - embora isso também seja extremamente importante - mas também sobre a saúde humana. O respeito pela natureza pode ser uma de nossas melhores defesas contra futuras pandemias.