Planejativo

Simbolismo

Figuras de linguagem: aspectos fonético e sintático

Figuras de linguagem: aspecto semântico

Romantismo: primeira geração

Romantismo: segunda geração

Romantismo: terceira geração

Modernismo: primeira geração

Modernismo: segunda geração

Modernismo: terceira geração

Gêneros Literários

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Parnasianismo

Pré-Modernismo

Vanguardas Europeias

Poesia Concreta

Poesia Marginal

Literatura contemporânea

Romantismo: Prosa

Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

É importante conhecer o simbolismo para entender o surgimento de movimentos literários posteriores e para compreender a poesia mais subjetiva e menos formal que se desenvolveu a partir desse período. É fundamental saber as características do movimento, os autores e as obras representativas para se preparar para o ENEM.

"A visão do jovem bartolomeu", obra do pintor belga Fernand Khnopff, é um exemplo de pintura simbolista. A imagem representa o jovem Bartolomeu, que olha para o horizonte, enquanto uma figura feminina misteriosa, vestida de branco, surge em sua mente. A pintura é carregada de simbolismo, como a cor branca que representa a pureza e a iluminação espiritual, enquanto as figuras enigmáticas representam o mundo onírico e a busca pelo desconhecido. A obra é um exemplo do estilo simbolista, que valoriza o mundo interior, a subjetividade e o uso de símbolos e metáforas para expressar emoções e sensações profundas. Fonte: 

O simbolismo é um movimento literário que surge na Europa na segunda metade do século XIX, especialmente na França em torno de 1880. Esse período é marcado por grandes transformações sociais, econômicas e culturais, como o avanço do sistema capitalista, a consolidação da revolução industrial, a ascensão da burguesia e as disputas por novos nichos de mercado. Esses fatores desencadearam a Primeira Guerra Mundial, em 1914.

Nesse contexto, o pensamento predominante era o cientificismo positivista, que valorizava a ciência em detrimento da espiritualidade e teorias metafísicas. Entretanto, muitas pessoas, principalmente as que não se beneficiaram do capitalismo, rejeitavam essa forma de raciocínio e consideravam que ela havia causado uma desordem espiritual. É nesse cenário que surge o simbolismo, um movimento que busca aproximar o ser humano do divino, do cósmico e do inexplicável.

O simbolismo, que tem na poesia um lugar de destaque, rejeita a objetividade da ciência e valoriza a subjetividade, a imaginação e os sonhos. Ele se utiliza de imagens e símbolos para representar ideias complexas e fugazes que não podem ser descritas com palavras. É um movimento que afirma a existência de um mundo espiritual e místico que transcende o mundo físico e objetivo.

O simbolismo se opõe à Belle Époque, um período marcado pela ostentação e pela valorização do luxo e do prazer, que contrasta com a visão espiritualista do simbolismo. O movimento propõe a lírica pura, não racional, que usa imagens e não conceitos, e se opõe ao intelectualismo. As poesias simbolistas são consideradas difíceis, misteriosas e herméticas, cada poema se apresenta como uma forma de enigma, com inúmeros significados. Por esta razão, muitos críticos enxergam nas obras simbolistas os fundamentos da arte moderna, principalmente os da arte surrealista.

Embora não tenha sido um movimento duradouro, o simbolismo se espalhou por outros países, como Portugal e Brasil, e deixou um legado importante na literatura e na arte em geral. Ele influenciou outras correntes literárias, como o modernismo e o surrealismo, e deixou marcas profundas no pensamento e na cultura ocidental.

No simbolismo em geral, podemos notar as seguintes características:

Capa do livro As Flores do Mal, de Charles Baudelaire, obra que inaugurou o movimento simbolista na literatura francesa e influenciou diversas gerações de escritores ao redor do mundo. Fonte: 

O movimento simbolista teve seu início na França, em meados do século XIX, com a publicação do livro "As Flores do Mal", de Charles Baudelaire. Essa obra trazia uma linguagem imprecisa e repleta de recursos poéticos, como aliterações, metáforas, onomatopeias e sinestesias. Baudelaire era admirador do escritor americano Edgar Allan Poe, que também teve grande influência na formação do simbolismo.

No ano de 1884, Paul Verlaine publicou a obra "Arte Poética", onde os princípios do movimento simbolista eram evidentes. Dois anos depois, Jean Moréas elaborou um manifesto para fundamentar teoricamente o Simbolismo, explicando como cada nova fase evolutiva da arte corresponde à decrepitude senil da escola anterior.

O simbolismo valorizava o universo onírico, sensorial e criativo, utilizando uma linguagem subjetiva e vaga. Exaltava o misticismo e a fantasia, valorizando a criatividade e a preferência por temas soturnos, enigmáticos e esotéricos. Além disso, utilizava-se do inconsciente, valorizando o "eu" e misturando sensações como a visão, olfato, paladar, tato e audição.

Com isso, o simbolismo tornou-se um importante movimento literário que influenciou a arte moderna, principalmente a surrealista. A partir de então, os escritores passaram a experimentar novas formas de expressão, utilizando a linguagem para evocar sentimentos, sensações e emoções no leitor.

Um dos poemas de Baudelaire que representa bem o simbolismo é "

", presente em sua obra-prima "As Flores do Mal".

O poema acima é simbolista porque apresenta características típicas do movimento, como a busca pelo mistério, pela subjetividade e pelos símbolos. O autor utiliza a natureza como uma metáfora para expressar ideias abstratas e sentimentos.

Um exemplo disso é a comparação da natureza com um templo, que remete à ideia de algo sagrado e misterioso. Além disso, a descrição dos sons, perfumes e cores que se correspondem, de forma sutil e misteriosa, evidencia a busca pelo mistério e pela conexão entre os elementos naturais e a mente humana.

Os versos que descrevem os perfumes também são simbolistas, pois mostram a utilização de elementos sensoriais para expressar ideias abstratas. A ideia de perfumes doces de carnes virginais e outros de corrupção, ricos e triunfais, por exemplo, remetem à dualidade entre o puro e o impuro, o belo e o feio, que eram comuns no simbolismo.

Por fim, a descrição dos arroubos ideais entoados pelos sons das notas de um clarim, que se expandem largamente, é uma imagem típica do simbolismo, que buscava a fusão entre a arte e a espiritualidade.

Retrato do poeta simbolista Eugénio de Castro, um dos principais representantes do movimento em Portugal. Fonte: 

O movimento simbolista em Portugal surgiu na segunda metade do século XIX, em um momento em que o país se encontrava em uma fase de renovação cultural e artística. Esse movimento teve como principais expoentes nomes como Antero de Quental, Eugénio de Castro, Cesário Verde, Camilo Pessanha e Fernando Pessoa.

Os escritores portugueses foram profundamente influenciados pelas correntes literárias francesas e simbolistas, principalmente por Baudelaire, Verlaine e Mallarmé. A estética simbolista era vista como uma forma de se expressar o subjetivismo, o misticismo e a introspecção, características que refletiam a crise existencial vivida pelos artistas da época.

Assim, os simbolistas portugueses buscaram romper com a tradição literária anterior, especialmente com o Romantismo, que ainda era bastante presente na época. Eles propunham uma linguagem poética mais refinada, com uma estética que valorizava a sugestão e a subjetividade, em detrimento da objetividade e da clareza.

A poesia simbolista em Portugal era marcada por uma grande musicalidade, com o uso de aliterações, assonâncias e rima interna, criando um efeito hipnótico e envolvente. Além disso, os escritores simbolistas portugueses também se dedicaram a explorar a melancolia, o amor, a natureza e a espiritualidade, temas que remetem à busca pelo sentido da vida e da existência humana.

O movimento simbolista em Portugal contou com diversos autores que deixaram obras importantes. Entre eles, destacam-se:

A imagem traz o poeta simbolista Cruz e Souza, que explorou em sua obra a temática da negritude e a luta contra a discriminação racial, utilizando-se de recursos estéticos como a musicalidade, a sensibilidade e a linguagem subjetiva. Fonte: 

O movimento simbolista no Brasil surgiu à margem do sistema cultural dominante, principalmente na região Sul do país. Os poetas brasileiros que adotaram as ideias de Baudelaire, Verlaine e Mallarmé, no início, foram alvos de críticas e zombarias, pois suas linguagens poéticas eram complicadas e pretensiosas para o gosto da época. Após o manifesto de Jean Moréas, em 1886, o termo Simbolismo foi consagrado para designar a nova escola.

Os primeiros registros do Simbolismo no Brasil foram feitos por Medeiros e Albuquerque a partir de 1890. No entanto, os textos que realmente deram início ao movimento pertencem a Cruz e Souza, com as publicações de "Missal" (poemas em prosa) e "Broquéis" (poemas em versos) em 1893.

Cruz e Souza é um dos maiores representantes do Simbolismo no Brasil. Sua obra é marcada pela exploração das imagens, da musicalidade, da sonoridade e da sugestão. O autor utilizava uma linguagem complexa, permeada de metáforas e simbolismos, para expressar suas emoções e visões de mundo. Além disso, sua poesia frequentemente aborda temas como a negritude, a luta contra o racismo e a exclusão social.

O Simbolismo no Brasil teve influência significativa na literatura brasileira, especialmente no modernismo. A linguagem poética e a busca por uma nova estética influenciaram escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.

Além de Cruz e Souza, outros três principais autores simbolistas brasileiros são:

A Semana de Arte Moderna, realizada em 1922 em São Paulo, marcou o fim do simbolismo no Brasil ao apresentar novas tendências artísticas, literárias e culturais, como o modernismo. Fonte: [TV Gazeta] (

https://www.tvgazeta.com.br/gazeta-na-semana-de-arte-moderna/

O movimento Simbolista em Portugal teve duração até a Proclamação da República, em 1910, quando se adaptou à nova realidade política do país. No entanto, em 1915, em meio à Primeira Guerra Mundial, o Simbolismo chegou ao fim, dando lugar ao Modernismo em Portugal. Esse novo movimento artístico e cultural ganhou espaço no país com a proposta de renovar a produção artística e literária, trazendo novas tendências e influências das vanguardas europeias.

O Simbolismo teve seu declínio no Brasil quando surgiu o movimento modernista no começo dos anos 1920. Esse movimento cultural teve grande impacto e influenciou a classe artística do país. O Modernismo de 1922 foi um motim que desencadeou novas tendências das vanguardas europeias e marcou o fim do Simbolismo no país.

O simbolismo deixou um grande legado na literatura e nas artes em geral. Através de sua linguagem simbólica e subjetiva, o movimento inspirou muitos artistas a explorar novas formas de expressão, dando origem a movimentos como o modernismo e o surrealismo. Além disso, o simbolismo influenciou profundamente a poesia brasileira, com autores como Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos. Sua busca pela espiritualidade e pelo mistério também deixou marcas na cultura popular, como em músicas, filmes e obras de arte contemporâneas. Assim, pode-se dizer que o simbolismo foi um movimento fundamental para a evolução da arte e da literatura moderna, e continua sendo estudado e apreciado até hoje.