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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Uma crítica ao capitalismo industrial, mostrando uma pirâmide com as diversas estratificações sociais da época de 1911.

A estratificação social é como uma grande escada em nossa sociedade, na qual algumas pessoas estão em degraus mais altos e outras estão em degraus mais baixos. Não é uma escada física, é claro, mas uma maneira de mostrar como existem diferenças ou desigualdades entre as pessoas em termos de dinheiro, poder e status profissional.

Temos três tipos principais de estratificação social, e cada um deles é como uma escada diferente:

Agora, o que é realmente interessante é que todas essas escadas estão interligadas. Por exemplo, muitas vezes, as pessoas que estão nos degraus mais altos da escada de riqueza também estão nos degraus mais altos das escadas de poder e de status profissional. Não é sempre assim, claro, mas é uma tendência que podemos observar.

E aqui está a parte mais importante: essa estratificação não é algo natural, como a chuva ou o sol. Em vez disso, é algo que nós, como sociedade, criamos ao longo do tempo. Nós a construímos e a modificamos através de nossas ações, nossas decisões e nossos conflitos.

Além disso, diferentes sociedades têm diferentes sistemas de estratificação. Na Índia, por exemplo, eles têm um sistema de castas. Durante o feudalismo na Europa Ocidental, eles tinham o que chamamos de estamentos. E nas sociedades capitalistas, como a nossa, temos classes sociais.

Entender esses conceitos nos ajuda a entender melhor como nossa sociedade funciona e por que algumas pessoas têm mais poder, dinheiro ou status do que outras. Então, que tal explorarmos mais essa ideia? Quais perguntas vocês têm sobre estratificação social?

A Índia, durante muito tempo, teve um sistema de estratificação social único conhecido como sistema de castas. Esse sistema era como uma escada imutável, onde você nascia em um degrau específico e permanecia nele pelo resto da vida. As castas eram como clubes hereditários que determinavam quase tudo na vida de uma pessoa, desde o trabalho que poderiam fazer até quem poderiam se casar.

Originalmente, havia quatro grandes grupos, ou "varnas", no sistema de castas: os Brahmanes (sacerdotes e acadêmicos), os Kshatriyas (guerreiros e governantes), os Vaishyas (agricultores, comerciantes e artesãos) e os Shudras (trabalhadores). Além desses, existia um grupo que ficava fora do sistema e era conhecido como Dalits, ou "intocáveis", que eram considerados tão impuros que não pertenciam a nenhuma casta.

Porém, em 1950, a Índia aboliu oficialmente a discriminação baseada em castas e introduziu leis e políticas para promover a igualdade social. Parece uma grande vitória, certo? Bem, na verdade, a situação é um pouco mais complexa.

Embora as leis possam mudar no papel, as atitudes e práticas sociais muitas vezes levam mais tempo para se adaptar. Então, apesar da abolição formal das castas, a realidade é que a Índia ainda luta contra as consequências desse sistema.

Apesar de o sistema de castas ter sido abolido, o preconceito com os Dalits ainda continua até os dias atuais.

A estratificação por castas ainda afeta aspectos da vida indiana, desde o casamento até a política e a economia. Por exemplo, apesar de ilegal, ainda ocorre a prática de "untouchability" (intocabilidade), onde os Dalits são socialmente excluídos e discriminados. A mobilidade social também é limitada, o que significa que é difícil para as pessoas subirem na escada social.

No entanto, também houve progressos. O governo indiano implementou políticas de ações afirmativas para ajudar os grupos desfavorecidos, e muitos Dalits e membros de castas mais baixas têm conseguido alcançar posições de destaque na sociedade indiana. Além disso, a luta contra a discriminação de castas se tornou uma parte importante dos movimentos de direitos humanos na Índia.

Portanto, é importante entender que, embora o sistema de castas tenha sido oficialmente abolido, suas sombras ainda se fazem presentes na sociedade indiana.

b) Estamentos: a estratificação medieval

Agora, vamos dar um salto no tempo e no espaço e viajar para a Europa Medieval. Vamos explorar um sistema de estratificação social que dominou essa época: os estamentos.

Então, o que exatamente eram esses "estamentos"? Eram divisões sociais muito rígidas, que se baseavam tanto em aspectos econômicos quanto em características hereditárias. Pode-se dizer que eram como clubes exclusivos, onde a entrada era concedida pelo nascimento, e as regras de conduta eram muito rígidas.

Havia principalmente três estamentos na sociedade medieval europeia. No topo da pirâmide social, encontravam-se aqueles que oravam, ou seja, o clero. Esse grupo incluía tanto o alto clero (como bispos e abades) quanto o baixo clero (como sacerdotes paroquiais). Eles tinham o papel de cuidar da vida espiritual da população e detinham um grande poder.

Logo abaixo, estavam os que lutavam - a nobreza. Eles eram os proprietários de terras e tinham a função de proteger o reino e as pessoas que viviam nele. A nobreza incluía reis, duques, condes e cavaleiros.

Por último, mas não menos importante, estavam os que trabalhavam, ou seja, os camponeses e artesãos. Eles eram a espinha dorsal econômica da sociedade, trabalhando a terra ou produzindo bens para sustentar as outras duas classes.

É importante lembrar que a mobilidade social era muito limitada na época. Se você nascesse camponês, provavelmente morreria camponês. No entanto, havia algumas exceções. Por exemplo, o clero era uma das poucas formas de ascender na sociedade medieval, uma vez que o serviço religioso estava aberto a todos, independentemente do nascimento.

Os estamentos deixaram marcas profundas na história e cultura europeias, e é fundamental que entendamos esse sistema para compreender a Europa Medieval. Este também é um bom momento para refletir: o que esses sistemas de estratificação social nos dizem sobre as sociedades que os criaram? E o que eles nos dizem sobre as nossas próprias sociedades?

c) Classes Sociais: a estratificação capitalista

Quando falamos de sociedade capitalista, estamos nos referindo a um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, e esse sistema produz certos grupos ou "classes" sociais.

Basicamente, na sociedade capitalista, podemos identificar dois grandes grupos. De um lado, temos os proprietários dos meios de produção, pessoas que possuem fábricas, empresas, terras, entre outros recursos. Estes são os burgueses. Eles detêm o controle sobre a produção de bens e serviços.

Do outro lado, temos aqueles que não possuem meios de produção. São os proletários, que para sobreviver, precisam vender sua força de trabalho em troca de um salário. A distinção entre esses dois grupos cria um tipo de estratificação social.

E aqui, um ponto chave para se lembrar: a sociedade capitalista, apesar de ter essa divisão básica, é muito mais complexa do que parece. No decorrer do século XX, houve um desenvolvimento significativo na estrutura das classes sociais, principalmente com o surgimento de uma camada intermediária: a classe média.

A classe média se caracteriza por ocupar um espaço entre os proprietários e os não proprietários dos meios de produção. Ela é composta por profissionais, pequenos e médios empresários, servidores públicos, entre outros. A classe média desempenha um papel crucial na economia, ocupando posições em diversos setores, especialmente em áreas de prestação de serviços.

Então, ao estudarmos a sociedade capitalista, é importante considerar essa estrutura de classes como burguesia, classe média e proletariado. E sempre lembrando: essa estrutura pode variar bastante de um país para outro, ou até mesmo dentro de um mesmo país, devido a fatores históricos, políticos e socioeconômicos.

Entender essa estratificação na sociedade capitalista é fundamental para compreender as dinâmicas de poder e riqueza em nosso mundo. Lembre-se, toda sociedade é um complexo emaranhado de relações, e a forma como nos organizamos em classes sociais é apenas uma parte desse quadro maior.

Um dos modos de separar as classes sociais. Fonte: 

Além da estratificação em burguesia, classe média e proletariado, que corresponde mais diretamente às relações de produção, existe outra forma bastante popular de classificar as classes sociais, que está mais ligada ao poder de consumo: as classes alta, média e baixa, ou ainda classes A, B, C, D e E.

A classe alta, ou classe A, representa o grupo de pessoas que têm o maior poder aquisitivo. Normalmente, são donos de grandes empresas, grandes fazendas ou fazem parte da alta gestão de grandes corporações. Eles têm acesso ao que há de melhor e mais caro em termos de bens e serviços.

A classe média, ou classes B e C, é uma camada intermediária que abrange uma grande variedade de profissionais. Embora possam não ter tanto poder aquisitivo quanto a classe A, eles conseguem manter um padrão de vida confortável e têm acesso a uma boa quantidade de bens e serviços.

As classes baixas, ou classes D e E, são as que possuem o menor poder aquisitivo. São geralmente compostas por trabalhadores de baixa renda, que lutam para conseguir acesso a bens e serviços básicos.

Mas lembrem-se, pessoal, por mais que essas classificações possam variar em detalhes, a ideia fundamental é a mesma: existe uma estratificação na sociedade que se reflete na quantidade de dinheiro e recursos que cada pessoa ou grupo possui.

E essa estratificação é muito importante para entendermos as dinâmicas sociais e econômicas, pois ela impacta desde o acesso à educação e à saúde até o poder de decisão política.

Embora vivamos em uma sociedade democrática, onde teoricamente todos têm a mesma capacidade de influenciar as decisões políticas, na prática, a estratificação social e a concentração de riqueza podem criar uma situação onde as classes mais altas têm mais poder para influenciar a política.

Isso acontece por meio de práticas como o lobbying, que é quando indivíduos, grupos ou empresas usam seu poder financeiro para influenciar os decisores políticos, normalmente buscando regulamentações e leis que beneficiem seus próprios interesses.

Entretanto, é importante notar que esses interesses das classes altas podem não coincidir com os interesses das classes mais baixas. Na verdade, muitas vezes eles podem ser diretamente opostos. Por exemplo, uma grande empresa pode fazer lobbying para reduzir as regulamentações ambientais para aumentar seus lucros, enquanto isso pode prejudicar a qualidade de vida das classes mais baixas, que geralmente vivem em áreas mais afetadas pela poluição.

É nesse sentido que o conceito de luta de classes se torna relevante. Cunhado por Karl Marx, o termo se refere ao conflito de interesses entre diferentes classes sociais, especialmente quando uma classe dominante explora uma classe mais baixa. Nesse caso, a exploração não é necessariamente no sentido direto de mão de obra, mas na capacidade de uma classe mais rica de moldar a sociedade e as leis de acordo com seus próprios interesses, muitas vezes em detrimento das classes mais baixas.

No entanto, a democracia também oferece mecanismos para que essas classes mais baixas possam expressar suas demandas e lutar por seus direitos. Por isso, a participação política ativa de todos os cidadãos é fundamental para garantir uma sociedade mais justa e equitativa.

Portanto, turma, enquanto estudamos sobre estratificação social e classes sociais, é importante lembrarmos que essas divisões não são apenas sobre dinheiro, mas também sobre poder e influência. E isso, com certeza, tem implicações profundas para o tipo de sociedade em que vivemos.

A estratificação social que observamos em sociedades capitalistas frequentemente resulta em uma acumulação desproporcional de riqueza nas mãos de uma pequena porcentagem da população. Isso cria uma disparidade econômica significativa, com algumas pessoas possuindo quantidades extremamente grandes de riqueza, enquanto muitas outras vivem com muito menos.

Vamos analisar alguns exemplos estatísticos para ilustrar essa situação.

De acordo com o relatório de 2020 da Oxfam, uma organização internacional que trabalha para erradicar a pobreza, os 2.153 bilionários do mundo possuíam mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas, que compõem aproximadamente 60% da população mundial. Isso é uma ilustração impressionante de quão concentrada a riqueza pode se tornar.

Outro dado chocante é o seguinte: O 1% mais rico da população mundial possui mais que o dobro da riqueza de 6,9 bilhões de pessoas.

Além disso, essas disparidades de riqueza têm tendência a se perpetuar. De acordo com o relatório de desigualdade global de 2018, a riqueza dos bilionários aumentou em média 12% ao ano desde 2010, enquanto a riqueza da metade mais pobre da população mundial aumentou em média apenas 3% ao ano.

Portanto, a estratificação social em sociedades capitalistas pode levar a um acúmulo de riqueza extremamente desigual. Essa desigualdade de riqueza é uma questão importante que precisa ser abordada, pois pode levar a uma série de outros problemas sociais, incluindo pobreza, falta de acesso a oportunidades e até mesmo instabilidade política.

E aí está uma questão fundamental para pensarmos, turma: Como podemos criar sociedades mais justas e equitativas, onde a riqueza é distribuída de forma mais uniforme?

Então, pessoal, quando falamos de mobilidade social, estamos nos referindo à capacidade que um indivíduo tem de mudar de posição social dentro da estrutura da sociedade. Isso significa que alguém pode subir (ou descer) na escala social - e isso é exatamente o que estudamos em sociologia.

Algumas sociedades apresentam pouca ou nenhuma mobilidade social. Por exemplo, na sociedade feudal, seu status era geralmente determinado no nascimento - se você nascesse em uma família de nobres, você seria nobre pelo resto de sua vida, e o mesmo se aplicava aos clérigos e servos.

No entanto, nem todas as sociedades são tão imutáveis. Muitas coisas podem mudar ao longo do tempo, como costumes, tradições, leis e até mesmo eventos históricos maiores. Isso pode permitir que as pessoas mudem de posição na sociedade e, portanto, experimentem a mobilidade social.

No mundo moderno, a ideia de mobilidade social se tornou um objetivo político em muitas nações democráticas. Quando as pessoas têm a capacidade de melhorar suas vidas e ascender na sociedade, isso é visto como um sinal de desenvolvimento social e econômico.

Entretanto, é importante lembrar que a mobilidade social não é apenas sobre dinheiro ou riqueza. Em algumas culturas, a posição social de uma pessoa pode estar ligada à sua família ou ao papel que desempenha na sociedade. Por exemplo, um sacerdote pode ter um status social diferente de um comerciante rico, mesmo que o comerciante tenha mais dinheiro.

Portanto, a mobilidade social é um conceito bastante complexo e dinâmico. Depende de muitos fatores diferentes e varia de sociedade para sociedade.

O acesso a universidade pode mudar drasticamente a renda dos filhos, um tipo de mobilidade intergeracional.

Então, pessoal, agora que entendemos a ideia básica de mobilidade social, vamos quebrá-la em algumas categorias diferentes.

Primeiro, temos a mobilidade social horizontal e a vertical. Quando falamos de mobilidade horizontal, queremos dizer que uma pessoa ou um grupo de pessoas mudou de posição dentro da mesma camada social. Por exemplo, se alguém passa de um trabalho de escritório para um trabalho de campo, mas ambos os empregos têm o mesmo status social e a mesma renda, isso seria considerado uma mobilidade social horizontal.

Por outro lado, a mobilidade social vertical se refere a quando uma pessoa ou um grupo de pessoas se move para cima ou para baixo na escala social. Isso significa que se alguém vai de um trabalho de baixa renda para um trabalho de alta renda, ou vice-versa, isso é considerado mobilidade vertical. E dentro dessa categoria, temos duas possibilidades: ascendente, quando a pessoa sobe na escala social, e descendente, quando a pessoa desce.

Além disso, a mobilidade social também pode ser classificada como intrageracional e intergeracional. A mobilidade intrageracional ocorre quando uma pessoa muda de status social durante sua própria vida. Digamos, por exemplo, que alguém cresceu em uma família de classe baixa, mas conseguiu ir à universidade e se tornar um profissional bem-sucedido, isso seria um exemplo de mobilidade intrageracional.

Já a mobilidade intergeracional ocorre quando as gerações futuras de uma família melhoram ou pioram seu status social em comparação com as gerações anteriores. Por exemplo, se seus avós eram agricultores, seus pais se tornaram professores e você se tornou um advogado, isso seria um exemplo de mobilidade intergeracional.

Então, como podemos ver, a mobilidade social é um tópico muito abrangente com muitas nuances e particularidades. Cada tipo de mobilidade social nos oferece uma lente diferente para entender como as pessoas se movem e interagem dentro de nossa sociedade.

A meritocracia é uma ideia que ganhou muita popularidade nas últimas décadas, especialmente em sociedades capitalistas. Em sua essência, a meritocracia é o sistema em que as recompensas na sociedade (como riqueza, poder, status) são distribuídas com base no mérito individual. Em outras palavras, é a crença de que se você trabalhar duro e mostrar talento, será bem-sucedido, independentemente de sua origem ou circunstâncias de nascimento.

No entanto, essa ideia tem suas falhas e é considerada por muitos como uma simplificação exagerada das complexidades da mobilidade social. Vamos ver por quê.

Primeiro, a meritocracia assume que todos começam em um campo de jogo nivelado, onde todas as pessoas têm as mesmas oportunidades de sucesso. No entanto, sabemos que isso nem sempre é verdade. Fatores como classe social, raça, gênero, e origem geográfica podem influenciar fortemente as oportunidades de uma pessoa desde o início da vida. Alguém nascido em uma família rica geralmente tem mais oportunidades de educação e desenvolvimento pessoal do que alguém nascido em uma família pobre.

Segundo, a ideia de meritocracia muitas vezes negligencia a importância da sorte e do acaso na vida de uma pessoa. Nem sempre o mais trabalhador ou talentoso obtém o sucesso. Às vezes, uma oportunidade única, um encontro fortuito ou mesmo uma tragédia inesperada podem alterar drasticamente o curso da vida de uma pessoa, para melhor ou para pior.