Planejativo

Período pré-colonial

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Movimentos emancipacionistas

Família Real portuguesa no Brasil

Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Um mapa mental com alguns dos aspectos gerais do período pré-colonial1 Fonte: @medicinadream

O Brasil de antes da chegada dos portugueses era uma terra de grande diversidade. Milhares de anos antes de Pedro Álvares Cabral colocar os pés em nossa terra, ela já era habitada por uma variedade de nações indígenas, cada uma com sua própria língua, tradições, cultura, organização social e modos de interagir com a natureza.

Alguns desses povos viviam na costa, pescando e coletando mariscos, enquanto outros habitavam o interior do país, caçando e praticando agricultura, dominando o cultivo de alimentos como a mandioca, o milho e a batata-doce. Eles viviam em harmonia com o meio ambiente, utilizando seus recursos sem esgotá-los.

Mas o Brasil não era apenas diverso em termos de suas populações humanas. A variedade da fauna e da flora era - e ainda é - impressionante. Os primeiros europeus que chegaram aqui se maravilharam com a abundância de madeiras de lei, como o Pau-Brasil, que daria origem ao primeiro ciclo econômico do Brasil colonial.

O primeiro contato com os europeus marcaria profundamente esses povos e o território brasileiro. Confira a aula de povos indígenas para saber mais sobre os habitantes originais do Brasil!

Uma das pinturas representando o descobrimento do Brasil.

No final do século XV e início do século XVI, a Europa vivia um período de intensas mudanças. O Renascimento Cultural despertou um novo interesse pela ciência e pela exploração do mundo. Ao mesmo tempo, o comércio de especiarias e outros produtos exóticos do Oriente era altamente lucrativo, mas os caminhos tradicionais para a Ásia, através do Oriente Médio, estavam sob controle do Império Otomano. Foi assim que Portugal e Espanha se tornaram pioneiros na busca por uma rota marítima para o Oriente que contornasse o controle otomano.

A viagem de Cristóvão Colombo em 1492, financiada pelos Reis Católicos da Espanha, marcou o início de uma nova era de exploração. Colombo acreditava ter encontrado uma nova rota para a Índia, mas na verdade, ele havia chegado às Américas.

A chegada de Colombo despertou a atenção de outras potências europeias, especialmente Portugal. Com o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, Portugal e Espanha dividiram o "novo mundo" entre si, traçando uma linha imaginária a 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde. As terras a leste dessa linha pertenceriam a Portugal, enquanto as terras a oeste seriam da Espanha.

E foi nesse contexto que a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral partiu de Portugal em 9 de março de 1500, oficialmente com o objetivo de seguir a rota de Vasco da Gama para a Índia. No entanto, a frota de Cabral se afastou muito para oeste e, em 22 de abril, chegou à costa do que hoje conhecemos como Brasil. Cabral acreditava ter encontrado uma grande ilha, a qual nomeou de Ilha de Vera Cruz. Somente depois, com mais explorações, os portugueses perceberam que aquilo não era uma ilha, mas um novo continente.

Quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, ele e seus homens notaram a abundância de uma árvore de tronco avermelhado. Essa árvore, chamada pelos indígenas de ibirapitanga, foi nomeada pelos portugueses como pau-brasil, devido à cor de brasa do seu interior. O pau-brasil produzia uma madeira de alta qualidade e uma tinta vermelha, também chamada de brasil, que era muito valorizada na Europa para o tingimento de tecidos.

Assim, começou o ciclo do pau-brasil, que se estendeu de 1500 até aproximadamente 1530. Os portugueses estabeleceram feitorias na costa brasileira, que eram basicamente entrepostos de comércio onde os portugueses faziam trocas com os indígenas. Na prática, os indígenas eram persuadidos ou forçados a extrair o pau-brasil e, em troca, recebiam espelhos, contas, pentes e outros itens de valor relativamente baixo na Europa.

Vale notar que a exploração do pau-brasil não levou à colonização permanente ou ao estabelecimento de cidades. A presença portuguesa na costa brasileira durante este período era limitada e precária. A verdadeira colonização do Brasil só começaria com a introdução do cultivo de cana-de-açúcar na década de 1530, quando o valor do pau-brasil já estava em declínio devido ao esgotamento dos recursos e à concorrência de outras fontes de tinta.

O ciclo do pau-brasil é uma parte importante da nossa história, pois marca o início do processo de exploração e colonização do Brasil pelos portugueses. E, infelizmente, também mostra como os indígenas foram explorados e marginalizados desde o início desse processo.

b) Relações entre os portugueses e indígenas

Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, encontraram uma diversidade de povos indígenas que viviam em diferentes formas de organização social, com variadas línguas, costumes e crenças. No início, os portugueses e os indígenas estabeleceram um tipo de relação comercial, especialmente durante o ciclo do pau-brasil.

Nesse período, a prática comum era o chamado "escambo", uma espécie de comércio de troca. Os indígenas forneciam mão-de-obra para a extração do pau-brasil e, em troca, recebiam objetos de pouco valor, como espelhos, contas de vidro, pentes e outros itens manufaturados. Nesse contexto, algumas tribos estabeleceram relações de amizade e aliança com os portugueses, enquanto outras resistiram e entraram em conflito com os recém-chegados.

Com o passar do tempo, a relação entre portugueses e indígenas se tornou mais complexa e violenta. Os portugueses começaram a escravizar os indígenas para trabalhar na exploração de madeira e, posteriormente, na agricultura, especialmente após a introdução da cana-de-açúcar. Muitos indígenas resistiram à escravidão e à imposição da cultura portuguesa, o que resultou em conflitos frequentes.

Além disso, a chegada dos portugueses trouxe doenças europeias para as quais os indígenas não tinham imunidade, causando grandes epidemias que dizimaram muitas tribos. A Igreja Católica também desempenhou um papel importante na tentativa de conversão dos indígenas ao cristianismo, o que frequentemente confrontava e desrespeitava as crenças e tradições indígenas.

Assim, a relação entre portugueses e indígenas durante o período pré-colonial foi marcada por trocas comerciais, alianças, conflitos, exploração e resistência, moldando profundamente a história e a identidade do Brasil. É um assunto delicado e complexo que nos ajuda a entender melhor as desigualdades e injustiças que persistem até hoje.

Quando os europeus chegaram à América, eles trouxeram consigo uma série de doenças para as quais as populações indígenas não tinham imunidade, como varíola, sarampo, gripe e tuberculose. Estas doenças se espalharam rapidamente entre os povos indígenas, causando epidemias massivas.

Por não terem sido expostos a essas doenças antes, os povos indígenas não tinham defesas imunológicas contra elas, resultando em taxas de mortalidade extremamente altas. Além disso, os europeus não entendiam completamente as doenças que estavam espalhando e não tinham meios eficazes para tratar os indígenas infectados.

As consequências dessas epidemias foram catastróficas. Alguns historiadores estimam que a população indígena da América pode ter diminuído em até 90% nos primeiros 150 anos após o contato com os europeus, embora essa estimativa seja objeto de debate.

Essas epidemias não só causaram uma perda imensa de vidas, mas também desorganizaram as sociedades indígenas, já que muitos dos que morreram eram líderes e membros importantes da comunidade. Além disso, a perda massiva de população facilitou a conquista e a colonização europeia, uma vez que muitas sociedades indígenas foram enfraquecidas e desestabilizadas pelas doenças.

Portanto, o impacto das doenças europeias nos povos indígenas durante o período da colonização foi uma parte trágica e significativa da história do Novo Mundo, com efeitos que reverberam até os dias atuais.

O período pré-colonial no Brasil durou de 1500, ano da chegada dos portugueses, até 1530. Durante esse período, como vimos, a exploração econômica da colônia era baseada na extração de pau-brasil em troca de mercadorias com os indígenas, numa atividade chamada de escambo.

Entretanto, em 1530, com o esgotamento das minas de ouro no litoral africano, a pressão dos invasores estrangeiros (franceses, ingleses e holandeses), além da necessidade de garantir a posse de terras no Novo Mundo de acordo com o Tratado de Tordesilhas, Portugal iniciou a chamada "colonização efetiva" do Brasil.

O marco do início dessa nova fase é a expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa, que chegou ao Brasil em 1530 com a missão de explorar o território, fundar vilas e iniciar a agricultura de cana-de-açúcar.

Para administrar o vasto território, o rei de Portugal, D. João III, decidiu implantar o sistema de capitanias hereditárias em 1534. Este sistema era uma forma de administração feudal onde a coroa portuguesa doava extensos lotes de terras (as capitanias) a donatários, que eram responsáveis pela administração e colonização das terras.

Cada capitania era hereditária (passava de pai para filho) e possuía autonomia administrativa, cabendo ao donatário o direito de explorar economicamente a terra, além de ser responsável pela defesa e administração da mesma. Em troca, o donatário deveria prestar fidelidade ao rei de Portugal.

A implementação das capitanias hereditárias marcou o início do período colonial no Brasil, representando uma fase de ocupação mais intensiva do território, com a introdução da agricultura de cana-de-açúcar, o estabelecimento de vilas e cidades e a exploração do trabalho indígena e, mais tarde, africano.