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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Um breve mapa mental sobre os fenícios. Fonte: 

A civilização fenícia floresceu numa região que hoje conhecemos como Líbano. Os fenícios eram povos semitas, que são um grupo étnico e cultural que inclui várias populações do Oriente Médio. Imaginem viajar 5 mil anos atrás no tempo, por volta do ano 3000 a.C. Esses fenícios audaciosos começavam a se estabelecer numa faixa de terra não muito larga, cerca de 35 km, um pouco menos que a distância entre duas cidades médias.

Localização dos Fenícios, e suas rotas comerciais. Fonte: 

Esse pedacinho de terra estava espremido entre as imponentes montanhas do Líbano e as ondas azuis do mar Mediterrâneo. Parece apertado, não é? Mas eles tiraram proveito disso! Essa faixa tinha uma extensão de aproximadamente 200 km, que, se você olhar no mapa hoje, corresponde à maior parte do litoral do Líbano e a um pequeno pedaço da Síria.

Agora, você pode pensar: "Uau, esses fenícios viviam num lugar montanhoso e com terras pouco férteis. Como eles sobreviviam?". Bem, em vez de se concentrarem na agricultura, como muitas outras civilizações antigas, os fenícios deram um jeito de usar o que tinham à disposição. Eles eram incríveis pescadores e se tornaram especialistas em navegação marítima e comércio. Ou seja, em vez de tentarem cultivar terras pouco produtivas, eles exploraram o mar e tornaram-se exímios comerciantes.

As cidades fenícias que mais se destacaram nesse período da antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon. Essas cidades não eram apenas centros de pesca e comércio, mas também se tornaram importantes centros culturais e políticos da época. E foi assim que os fenícios, apesar de viverem numa região geograficamente limitada e desafiadora, conseguiram criar uma civilização florescente, cujo legado ainda pode ser visto até hoje.

Então, pessoal, a Fenícia era um lugar bem diferente do que estamos acostumados a pensar quando falamos de um país. Ela era, na verdade, um conjunto de Cidades-Estado. Imaginem várias pequenas cidades, cada uma com seu próprio governo e regras, mas todas partilhando uma cultura semelhante e se considerando fenícias. Algumas dessas cidades tinham um rei ou rainha que passava o poder para seus filhos, o que chamamos de Monarquia Hereditária, enquanto outras eram governadas por um Conselho de Anciãos, um grupo de pessoas mais velhas e sábias que tomavam as decisões.

Uma ruína de uma antiga cidade Fenícia. Fonte: 

E, claro, essas cidades não viviam sempre em paz. Elas competiam umas com as outras e com outros povos, tentando controlar as principais rotas de comércio marítimo. Afinal, quem controlava as rotas, controlava o comércio, e o comércio era a chave para a riqueza e o poder.

A principal atividade econômica dos fenícios era justamente esse comércio. Eles eram os maiores navegadores da Antiguidade! Imaginem os fenícios como os campeões de vela e navegação daquela época. Eles desenvolveram técnicas incríveis de navegação marítima e, assim, conseguiram fazer negócios com muitos povos em diferentes partes do Mediterrâneo.

Para manter a vantagem sobre os concorrentes, eles mantinham suas rotas marítimas em segredo. Mas o que eles comercializavam? Bem, eles produziam uma grande quantidade de itens em suas oficinas artesanais. Eles eram muito habilidosos na metalurgia, criando armas de bronze e ferro, joias de ouro e prata, e até estátuas religiosas. Eles também eram famosos pela fabricação de vidros coloridos e pela produção de tintura para tecidos. Destacam-se os tecidos de púrpura, uma cor de alto status na época.

Por outro lado, eles importavam vários produtos de diferentes regiões, como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos e cereais. E um comércio mais sombrio também acontecia: a cidade de Tiro era o principal local para o comércio de escravos.

Para expandir seus negócios, os fenícios criaram colônias em diversos lugares que serviam principalmente como bases para seus comerciantes. Você encontraria colônias fenícias em lugares como Chipre, Sicília, Sardenha e sul da Espanha. E no norte da África, eles fundaram a importante colônia de Cartago.

Essas colônias fenícias não só expandiram o alcance de seus negócios, mas também espalharam a cultura e influência fenícia por todo o Mediterrâneo.

Os fenícios eram realmente espertos, pessoal. Eles perceberam que precisavam de uma maneira mais eficiente de acompanhar todas as suas transações comerciais. Assim, acabaram criando um sistema de escrita que conhecemos hoje como o alfabeto fenício.

Agora, imagine ter que escrever tudo usando desenhos, como nos hieróglifos egípcios, ou usando uma série de marcas em argila, como na escrita cuneiforme suméria. Seria bem complicado, não é mesmo? Os fenícios simplificaram isso inventando um alfabeto com apenas 22 letras, todas consoantes. Muito mais prático!

E aqui está a parte interessante: esse alfabeto fenício foi a base para o alfabeto grego. E o alfabeto grego foi a base para o alfabeto latino, que é o que usamos hoje. Então, na verdade, podemos dizer que a nossa escrita atual tem suas raízes na Fenícia.

E agora, vamos falar sobre a religião dos fenícios. Eles acreditavam em vários deuses, um sistema que chamamos de politeísmo. Eles humanizavam esses deuses, dando a eles características humanas, por isso dizemos que sua religião era antropomórfica.

Os fenícios mantiveram muitos dos deuses tradicionais dos povos semitas, como divindades da terra e do céu, comuns a muitos povos da Ásia antiga. O que é interessante é que, apesar de serem grandes navegadores, eles não parecem ter dado muita importância aos deuses do mar.

Cada cidade fenícia tinha seu próprio deus, geralmente chamado de Baal, que significa "senhor" em sua língua. Este deus muitas vezes era acompanhado por uma deusa. Por exemplo, em Sidon, o Baal era Eshmun, o deus da saúde. Em Biblos, eles adoravam Adônis, o deus da vegetação, junto com Ashtart, a deusa do amor, da primavera e da alegria. E em Tiro, o culto era para Melcart e Tanit.

E aqui está uma parte um pouco assustadora da religião fenícia: para acalmar a ira de seus deuses, eles realizavam sacrifícios. E esses sacrifícios não eram apenas animais. Às vezes, eles sacrificavam humanos. Isso mesmo, eles chegavam a queimar seus próprios filhos como oferendas para seus deuses. Em alguns relatos, chegamos a ouvir que até 200 recém-nascidos foram lançados ao fogo de uma só vez. E o mais perturbador é que as mães assistiam a tudo isso sem reagir, acreditando ser um sacrifício necessário para os deuses. É um lembrete de quão diferente pode ser a fé e as práticas religiosas em diferentes culturas e épocas.

A sociedade fenícia era dividida em camadas bastante claras, quase como se fosse um bolo. No topo do bolo, você tinha os nobres. Esses eram os caras que mandavam na coisa toda. Eles eram a elite, composta por comerciantes ricos, sacerdotes e funcionários públicos.

Logo abaixo dos nobres, tínhamos a classe média. Pense neles como os recheios do bolo - nem no topo, nem no fundo, mas igualmente importantes para a estrutura toda. Eles eram, em grande parte, artesãos, mercadores e marinheiros. Esses caras eram super importantes para a economia fenícia, porque eram eles que produziam muitos dos bens que os fenícios vendiam em suas rotas comerciais.

E finalmente, na base do bolo, você tinha os escravos. A escravidão era uma prática comum na antiguidade, e a Fenícia não era exceção. Os escravos eram principalmente prisioneiros de guerra ou pessoas que haviam caído em dívidas e não podiam pagar. Eles trabalhavam em uma variedade de papéis, desde servos domésticos até trabalhadores em oficinas artesanais ou nas docas.

Vale lembrar que cada cidade-Estado fenícia era independente e tinha sua própria maneira de governar. Alguns tinham uma monarquia hereditária, onde o poder era passado de pai para filho. Outros eram governados por um conselho de anciãos, que eram como um grupo de avôs sábios tomando todas as decisões.

É fascinante pensar sobre como essa sociedade era estruturada, não é mesmo? E é incrível como, apesar de terem vivido há mais de 2.000 anos, muitos aspectos da sociedade fenícia ainda são visíveis em nossas sociedades modernas.

Em resumo, enquanto os fenícios podem não ser tão conhecidos como algumas outras culturas antigas, o legado que deixaram para nós é inegável. Da escrita à navegação, do comércio à religião, as marcas deles ainda são visíveis em nossa sociedade atual.

A civilização cretense também teve bastante impacto no mundo antigo. Fonte: 

Pense por um momento em uma civilização que floresceu entre 2000 e 1400 a.C., que tinha um alto nível de conhecimento em escrita, produzia artesanato sofisticado e mantinha um vasto comércio marítimo. Essa é a civilização cretense, e é sobre ela que vamos falar hoje.

Os cretenses viviam na ilha de Creta, localizada no Mar Mediterrâneo. Agora imagine o mapa do mundo: Creta está entre a Grécia, a Ásia Menor (hoje Turquia) e o Egito. Ela é como um elo de ligação entre a Ásia, a Europa e a África. E não é uma ilha pequena, não! Creta é a segunda maior ilha do Mediterrâneo Oriental e a quinta maior de todo o mar Mediterrâneo. A cidade de Iráclio, que é a capital de Creta, pode até ser um bom ponto para estudar mais tarde.

Agora, para vocês que gostam de mitologia, Creta tem um lugar especial nas histórias. Segundo a lenda, era naquela ilha que vivia o Minotauro, uma criatura meio homem, meio touro. Mas isso é uma história para outra aula!

Início e Desenvolvimento da Civilização Cretense

Pelos registros arqueológicos, os primeiros habitantes de Creta provavelmente chegaram à ilha por volta de 3000 a.C., vindos da Ásia Menor. A partir de 2000 a.C., eles já eram conhecidos como os "senhores do comércio" no Mar Egeu. E foi esse contato com várias outras civilizações através do comércio marítimo que permitiu aos cretenses construir uma sociedade grandiosa.

A Escrita Minóica e o Mistério da História de Creta

Infelizmente, apesar de todo o seu desenvolvimento, a história de Creta não é completamente conhecida. Isso porque a escrita minóica, usada pelos cretenses, ainda não foi totalmente decifrada. Ela é semelhante aos hieróglifos egípcios, feita de pequenas figuras e símbolos. Até agora, a maior parte do que sabemos sobre a civilização cretense vem de relatos dos antigos gregos e de escavações arqueológicas.

A Arquitetura Minóica e os Palácios de Creta

Ruínas do Palácio de Cnossos. Em volta funcionavam mercados, casas de banho, oficinas e armazéns. Fonte: 

Agora, aqui está algo que você pode imaginar: os cretenses eram famosos por seus palácios. As ruínas dos palácios em Cnossos, Festos, Maliá e Santa Trindade ainda podem ser vistas hoje. Imagine o quão avançada essa civilização deve ter sido para construir tais estruturas!

Economia Cretense: Agricultura e Comércio

Os cretenses eram agricultores habilidosos, cultivando cereais, oliveiras e vinhas, além de criarem animais. Porém, a agricultura era apenas uma parte de sua economia. A verdadeira base da economia cretense era o comércio. Imaginem uma sociedade em que as trocas comerciais são tão importantes que impulsionam outras atividades...

Pensando no comércio, os cretenses desenvolveram uma produção artesanal diversificada. Eles trabalhavam com metais como cobre, bronze, ouro e prata, além de produzirem objetos de cerâmica. A cerâmica era tão importante para o comércio que os artesãos que a fabricavam ocupavam posições de destaque na economia e na sociedade.

Ampliação do Comércio e a Talassocracia

A área de comércio de Creta abrangia locais que vocês já conhecem: as ilhas vizinhas do Mar Egeu, a ilha de Chipre, a Síria (de onde traziam metais para suas oficinas) e o Egito (de onde traziam marfim e perfumes). Eles tinham um sistema de pesos e medidas semelhante ao dos egípcios e mesopotâmicos. É aqui que surge, pela primeira vez, uma civilização que tinha muito poder por dominar os mares, o que se chama de talassocracia.

Religião e o Papel das Mulheres na Sociedade Cretense

Um traço cultural importante da civilização cretense era a sua religião, centrada no culto da Deusa-Mãe, uma divindade feminina que governava o Universo e representava a fertilidade. Isso teve um impacto significativo na sociedade, uma vez que as mulheres podiam realizar as mesmas atividades que os homens, sem enfrentar discriminação ou restrições.

Invasões, Mudanças e o Surgimento da Civilização Cretense-Micênica

Por volta do século XIV a.C., Creta foi dominada pelos aqueus, um povo que invadiu a Grécia e estabeleceu-se na cidade de Micenas. A união cultural desses povos levou ao surgimento da civilização creto-micênica, que é considerada o ponto de partida para a rica cultura grega.

Micenas se tornou uma importante cidade, dominando toda a região do Mediterrâneo oriental, incluindo a cidade de Troia. Vocês provavelmente já ouviram falar da famosa guerra de Troia, que teria ocorrido por volta de 1200 a.C., não é mesmo?

Mas as mudanças não pararam por aí. No século XII a.C., os dórios, um povo guerreiro, dominaram a região, destruíram as cidades e dispersaram os povos locais. Este período marcou o fim da civilização micênica e o início de uma nova fase na história da Grécia Antiga.

Creta: De Autonomia à Incorporação pela Grécia

Muitos séculos depois, Creta conseguiu sua autonomia em 20 de março de 1898 e tornou-se independente em 6 de outubro de 1908. Mas essa independência não durou muito: em 30 de maio de 1913, Creta foi anexada à Grécia, onde permanece até hoje.