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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Um breve mapa mental com alguns dos acontecimentos do Período Entre-Guerras. Fonte: 

Vamos falar agora sobre um momento muito particular na história mundial: o período conhecido como "Entre Guerras". Como você pode imaginar pelo nome, este período se estende do final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, até o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939. São duas décadas repletas de eventos fascinantes, transformações sociais e políticas, e é exatamente isso que vamos explorar agora.

Vamos começar com a Alemanha. Este país, que havia sido derrotado na Primeira Guerra Mundial, foi obrigado a assinar o Tratado de Versalhes, que impôs duras sanções a ele. Agora, imagine: a economia da Alemanha foi duramente afetada, havia inflação altíssima, a moeda estava desvalorizada e a pobreza era uma realidade para muitas pessoas. Este cenário caótico criou o ambiente perfeito para o surgimento de um movimento que mudaria o mundo: o nazismo.

A ascensão do regime nazifacista se dá no perído entre-guerras. Fonte: 

Enquanto isso, na Europa Ocidental, um plano de reconstrução econômica e social chamado Plano Marshall estava sendo implementado. Este plano foi proposto pelos Estados Unidos e tinha como objetivo ajudar a recuperar a economia dos países europeus devastados pela guerra, concedendo-lhes empréstimos. Isso permitiu a reconstrução e recuperação dos países afetados, embora o processo tenha sido longo e difícil.

Já nos Estados Unidos, a história era bem diferente. Eles estavam vivendo um período de grande prosperidade econômica e social no pós-guerra, conhecido como "American way of life" ou "o jeito americano de viver". Este foi um tempo de alta produção e consumo em massa, quando carros e eletrodomésticos se tornaram acessíveis para grande parte da população americana. No entanto, mesmo essa época de ouro dos EUA não durou para sempre. Em 1929, uma grande crise econômica, conhecida como a Grande Depressão, atingiu o país após a queda da Bolsa de Valores de Nova York. Este evento teve impactos globais, afetando todos os países com economia capitalista.

A quebra da bolsa é melhore explicada em nossa aula sobre o mesmo assunto, dê uma conferida! Fonte: 

Durante o período Entre Guerras, também ocorreu a Guerra Civil Espanhola. Começou em 1936, quando o general espanhol Francisco Franco se recusou a aceitar a vitória da Frente Popular, formada por socialistas e republicanos. A guerra durou até 1939, terminando com a vitória de Franco e a implantação de um governo ditatorial na Espanha. Com o apoio militar da Alemanha e da Itália, devido à sua postura fascista, Franco conseguiu derrotar a Frente Popular e estabelecer um governo autoritário, marcado por censura e perseguição política, que durou até a sua morte em 1975.

O Franquismo é mais um dos regimes totalitaristas que surgem na Europa durante o período entre-guerras. Fonte: 

Este foi um período realmente cheio de transformações e eventos significativos, e que, sem dúvida, deixou suas marcas na história do século XX. Entender esse período é fundamental para compreender as raízes de muitos eventos e tendências que ainda afetam o mundo de hoje.

Mussolini e Hitler, dois dos representantes do totalitarismo lado a lado. Fonte: 

Esses são alguns dos eventos mais notáveis que ocorreram durante o período Entre Guerras. Cada um deles teve um papel importante na formação do mundo como conhecemos hoje.

Bandeira do Integralismo, movimento fascista brasileiro surgido durante o entre-guerras. Fonte: 

O Integralismo foi uma manifestação brasileira de um movimento de inspiração fascista que ocorreu durante a era Vargas, especificamente na década de 1930. Foi fundado por Plínio Salgado com o lançamento do Manifesto de Outubro em 1932. A filosofia do movimento era encapsulada no lema "Deus, Pátria e Família". O Integralismo defendia um estado corporativista forte e autoritário, que deveria garantir o bem-estar de todos os cidadãos e manter a ordem social.

Integralistas, os chamados "camisas verdes", pousando ao lado da bandeira fascista. Fonte: 

Os membros do movimento, conhecidos como "camisas-verdes" (pela cor do uniforme que usavam), adotaram um distintivo que lembrava a suástica nazista, e saudavam uns aos outros com o braço direito estendido, semelhante à saudação romana usada pelos fascistas na Itália e pelos nazistas na Alemanha.

Em termos de números, o movimento teve um considerável apoio popular. No entanto, a relação entre o Integralismo e o governo de Getúlio Vargas foi complexa. Inicialmente, o movimento apoiou o governo, mas à medida que a década de 1930 avançava, eles começaram a se opor à administração de Vargas, principalmente por causa do aumento da centralização do poder.

Plínio Salgado, é, entre outras coisas, um dos líderes do movimento integralista, e também acusado de espionar para a Alemanha Nazista. Fonte: 

A derrocada do Integralismo ocorreu em 1938, quando seus membros tentaram um golpe de Estado contra o governo de Vargas, no que ficou conhecido como a Intentona Integralista. O golpe falhou, levando a uma forte repressão do movimento pelo governo. Plínio Salgado e outros líderes integralistas foram presos e o movimento foi proibido.

Apesar de o Integralismo ter sido efetivamente derrotado como movimento político, ele deixou um legado duradouro no Brasil, e certos aspectos de sua ideologia continuaram a ressurgir em várias formas na política brasileira ao longo do século XX e até mesmo no século XXI, com outras figuras utilizando o mesmo lema fascista.

O totalitarismo é um sistema político onde o Estado, geralmente sob o controle de uma única figura política ou partido, exerce controle absoluto sobre todos os aspectos da vida pública e privada. É caracterizado pela censura, propaganda estatal, um único partido político, uso da violência para reprimir a oposição, e um líder carismático. O totalitarismo foi especialmente prevalente durante o período Entre Guerras (1918-1939), quando vários regimes totalitários surgiram em várias regiões do mundo.

Cada um desses regimes totalitários compartilhava características comuns, como a repressão da oposição, a censura, a propaganda estatal, e o culto à personalidade. No entanto, eles também tinham suas peculiaridades, de acordo com suas ideologias específicas e as circunstâncias históricas em que surgiram.

O fascismo é uma ideologia política totalitária que surgiu na Itália sob a liderança de Benito Mussolini no início do século XX. Os principais elementos do fascismo incluem um governo centralizado e autoritário, uma crença no poder e na pureza da nação ou da raça, desprezo pelas liberdades individuais e uma forte rejeição ao liberalismo e ao socialismo.

Ascensão do Fascismo no Período Entre Guerras

Em alguns aspectos, estamos vendo o ressurgimento de movimentos que exibem características semelhantes ao fascismo tradicional. Eles são alimentados por vários fatores:

Esses movimentos modernos podem não ser fascistas no sentido estrito, mas compartilham muitas das características do fascismo, como a valorização do grupo em detrimento do indivíduo, o desprezo pelas instituições democráticas e o apelo a um líder forte e autoritário. É crucial estar ciente desses paralelos para resistir a essas ideologias de ódio e divisão.

O Salazarismo, regime que durou de 1933 a 1974 em Portugal, foi liderado por António de Oliveira Salazar, que atuou inicialmente como ministro das finanças e, depois, como primeiro-ministro. Apesar de não se autodenominar fascista, o Salazarismo partilha muitas características com regimes fascistas, como a rejeição da democracia liberal, a primazia do Estado e a ênfase na unidade nacional e na ordem. O regime salazarista é também conhecido como "Estado Novo".

Principais Características do Salazarismo

O Salazarismo caiu em 1974, durante a Revolução dos Cravos, que marcou o fim do Estado Novo e a restauração da democracia em Portugal. No entanto, o impacto do regime de Salazar ainda é sentido em Portugal até hoje, com debates contínuos sobre seu legado e influência.

Um mapa com algumas das características ligadas à ascensão do nazismo. Fonte: 

A ascensão do nazismo na Alemanha durante o período entre guerras foi resultado de uma combinação de fatores socioeconômicos e políticos.

1. Contexto de Pós-Guerra e Tratado de Versalhes:

 A Primeira Guerra Mundial deixou a Alemanha devastada. A nação sofreu enormes perdas humanas e materiais, além de uma crise econômica agravada pelas reparações de guerra impostas pelo Tratado de Versalhes em 1919. O Tratado também responsabilizou a Alemanha pela guerra, o que feriu o orgulho nacional alemão.

 Os anos 1920 viram uma inflação devastadora na Alemanha, atingindo o pico no início da década. O valor do dinheiro alemão caiu tão drasticamente que as notas de banco foram usadas para acender fogueiras. A vida das pessoas comuns era de extrema pobreza e desespero.

3. Fracasso do Governo da República de Weimar:

 A República de Weimar, que assumiu o poder após a Primeira Guerra Mundial, mostrou-se incapaz de lidar com a crise econômica. Além disso, foi vista por muitos alemães como a entidade que havia aceitado as humilhantes condições de paz de Versalhes, alimentando ainda mais o ressentimento.

 O Partido Nazista, liderado por Adolf Hitler, se apresentou como uma solução para a crise. Hitler prometeu restaurar a glória da Alemanha, rejeitando as condições de Versalhes, e apelou para o nacionalismo e o racismo, especialmente contra os judeus, a quem ele culpou pela crise na Alemanha.

Com a Grande Depressão de 1929, a situação se deteriorou ainda mais, e os nazistas, com seu discurso de ordem e progresso, ganharam ainda mais adeptos. Em 1933, Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha, e rapidamente transformou a Alemanha em um Estado totalitário.

No entanto, as políticas agressivas e expansionistas de Hitler eventualmente levaram ao início da Segunda Guerra Mundial. Em 1938, ele anexou a Áustria, no que é conhecido como Anschluss, e também obteve a região dos Sudetos na Checoslováquia através do Acordo de Munique. Em 1939, ele invadiu o restante da Checoslováquia e, em setembro daquele ano, a Polônia, ato que finalmente levou França e Reino Unido a declarar guerra à Alemanha, marcando o início da Segunda Guerra Mundial.