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Alguns pontos-chave dessa matéria para o ENEM que devem ser levados em conta ao estudarmos são:

Che Guevara, um dos revolucionários da Revolução Cubana.

Em 1959, ocorreu um importante evento histórico conhecido como a Revolução Cubana. Esse movimento guerrilheiro, quase como uma batalha de Davi contra Golias, conseguiu derrubar o governo ditatorial de Fulgêncio Batista, que estava no poder em Cuba. Mas, o que aconteceu depois?

Bem, a Revolução trouxe uma mudança drástica para Cuba - a implantação do regime socialista. Isso significa que a ilha caribenha passou a seguir os princípios do socialismo, como a propriedade coletiva dos meios de produção e a busca pela igualdade entre todos os cidadãos. Além disso, politicamente e economicamente, Cuba se aproximou de uma grande potência da época: a União Soviética.

Senador Oliver Platt, autor da Emenda Platt.

Para entender como tudo isso aconteceu, precisamos voltar um pouco no tempo. Em 1898, Cuba conquistou sua independência, mas não sozinha. Foi por meio de uma guerra entre os Estados Unidos e a Espanha que a independência cubana foi obtida. Com a derrota espanhola, os Estados Unidos viram uma oportunidade e passaram a exercer uma influência significativa sobre Cuba.

Em um movimento para consolidar esse controle, o Senado americano aprovou o projeto do senador Oliver Platt, que obrigava os cubanos a incorporarem à sua Constituição algo chamado de "Emenda Platt". Essa emenda dava aos Estados Unidos o direito de intervir em Cuba em caso de instabilidade política.

Por causa disso, os Estados Unidos começaram a exercer uma espécie de "tutela", ou controle, sobre a política, a economia e até as forças armadas de Cuba. Como parte desse controle, os Estados Unidos adquiriram um território de 117 km2 em Guantánamo, uma área no sul de Cuba, em 1903. Depois, eles construíram uma base naval e uma prisão nesse local.

Na década de 1950, a economia de Cuba dependia quase exclusivamente da produção de açúcar. Surpreendentemente, os Estados Unidos controlavam 35% dessa produção. Mas a influência americana não parava por aí. Eles também tinham grande controle sobre as terras cubanas, o turismo, os cassinos e as indústrias leves do país. Além disso, cerca de 80% das importações de Cuba vinham dos Estados Unidos.

Então, quando pensamos na Revolução Cubana, precisamos levar em consideração esse contexto histórico de influência e controle americano. Isso nos ajudará a entender melhor por que os cubanos buscaram uma revolução e por que eles se aproximaram tanto da União Soviética depois.

Agora, vocês devem estar se perguntando: o que causou a Revolução Cubana? Em 1952, a figura central da Revolução, Fulgêncio Batista, que já havia governado Cuba antes, retornou ao poder. Mas ele não foi eleito democraticamente - Batista tomou o poder através de um golpe de Estado. Com o apoio dos Estados Unidos, Batista estabeleceu um regime que era corrupto e violento.

Você consegue imaginar as mães cubanas marchando em 1957 com placas que diziam: "Parem com o assassinato de nossos filhos"? Foi um momento difícil.

Em 1953, Fidel Castro, um advogado na época, liderou setores democráticos de Cuba contra a influência dos Estados Unidos e o governo de Batista. Como parte de sua luta, eles realizaram um ataque contra o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba. Infelizmente, eles não conseguiram derrubar o regime de Batista e Fidel Castro foi preso.

Depois de sair da prisão dois anos depois, Fidel Castro foi para o exílio no México. Foi lá que ele organizou um grupo de guerrilheiros, incluindo revolucionários como Ernesto "Che" Guevara, Camilo Cienfuegos, seu irmão Raul e muitos voluntários.

Em 1956, eles voltaram a Cuba no iate Granma. Após uma batalha inicial com as forças de Batista, os sobreviventes se refugiaram nas selvas de Sierra Mestra, onde receberam apoio dos camponeses locais e conseguiram recrutar mais pessoas para sua causa.

Até então, Fidel Castro era um democrata nacionalista com uma formação liberal. Foi somente mais tarde que ele adotou as ideias do marxismo.

Em 1958, os Estados Unidos perceberam que o governo de Batista estava em uma situação precária. Eles suspenderam seu apoio militar ao governo cubano e começaram a tentar influenciar a revolução em andamento.

Finalmente, no dia 1º de janeiro de 1959, após uma série de vitórias militares, Che Guevara e Camilo Cienfuegos entraram em Havana, a capital de Cuba. Batista fugiu de avião para a República Dominicana.

Uma semana depois, em 8 de janeiro, Fidel Castro chegou à capital e foi recebido por uma grande manifestação popular. Foi assim que a Revolução Cubana conseguiu derrubar o regime de Batista e instaurar um novo governo socialista em Cuba.

Em 16 de abril de 1961, Fidel Castro fez um anúncio que chocou o mundo: Cuba se tornaria um país socialista. No dia seguinte, a Baía dos Porcos, localizada no sul de Cuba, foi invadida por exilados cubanos treinados pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos.

A operação tinha o apoio total do então presidente dos EUA, John F. Kennedy, mas não contava com a força militar direta do Exército americano. Os cubanos derrotaram os invasores, e muitos deles se renderam, foram presos e alguns executados. Contudo, Castro fez um acordo com empresas americanas: em troca de investimentos, alguns dos prisioneiros foram liberados para voltar aos Estados Unidos.

As consequências da Revolução foram vastas e duradouras. Uma das primeiras ações do novo governo foi expropriar bens de cidadãos americanos e cubanos que haviam deixado a ilha por causa da revolução. Em resposta, os Estados Unidos instituíram um embargo econômico contra Cuba em 1960, proibindo o comércio entre os dois países.

As tensões continuaram a aumentar na década de 1960. Em 1961, os EUA romperam relações diplomáticas com Cuba. No ano seguinte, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos, acusada de espalhar a subversão pelo continente. Em 1965, Fidel Castro fundou o Partido Comunista Cubano. Com poucos aliados restantes, Cuba começou a receber assistência financeira da União Soviética.

O sucesso da Revolução Cubana e sua transição para o socialismo incendiou o cenário político global. Para muitos na esquerda latino-americana, parecia que o poder estava ao alcance. Mas para os Estados Unidos, Cuba tornou-se uma grande fonte de preocupações, culminando na Crise dos Mísseis em 1962. Para evitar que a influência revolucionária se espalhasse, os EUA apoiaram uma série de golpes militares na América Latina.

Che Guevara, um dos líderes da revolução, reorganizou o sistema econômico cubano. Posteriormente, pediu a Fidel Castro permissão para espalhar os ideais revolucionários em outros lugares. Che Guevara partiu para a Bolívia, onde foi assassinado em 1967.

Ao longo das décadas seguintes, Cuba auxiliou vários países africanos, como Angola, Cabo Verde, Guiné, Guiné-Bissau, Etiópia, Congo, Argélia e Benin, na luta pela independência de suas metrópoles coloniais.